“Ah, Rafaella, porque você falou tão pouquinho de Amsterdã e está falando tanto sobre Paris?”, você pode se perguntar. Pra ser sincera, eu também não sei. Talvez seja porque lá eu visitei mais lugares, enfrentei mais medos (por não falar francês, por exemplo) e por ver coisas que antes só conhecia pelos filmes. Tudo surreal, sabe? Talvez tudo isso tenha feito a experiência mais empolgante e rica, ao meu ver. E desde já peço desculpas por demorar tanto, mas quero tentar passar o máximo para vocês. Também quero mostrar que é possível um paciente de esclerose múltipla se virar e se aventurar por esse mundo.
Tomo duas medicações diárias: Gilenya (Fingolimode, para a EM) e outro para insônia. Também uso vitamina D em alta dosagem (20 mil unidades diárias) e levei tudo isso na minha mala. Aliás, levei uma pequena farmácia, pois me precavi para qualquer dor que pudesse sentir. Tive um relacionamento sério com o Dorflex naqueles dias rsrsrs
Além disso, o floral de Bach me acompanhou antes, durante e depois da viagem, o que me ajudou a controlar a ansiedade e manter o equilíbrio.
Tambem tive o cuidado de levar a quantidade certa de cada medicação e relatório do meu neurologista em português e inglês, caso fosse necessário apresentar no aeroporto ou em caso de alguma emergência.
Outra coisa muito importante, que todo mundo deve fazer – com ou sem alguma doença – é adquirir um seguro viagem. Além de te proteger se sua bagagem for extraviada, por exemplo, ele te deixa seguro caso sofra um acidente, precise de atendimento médico ou comprar remédios.
Dessa vez não precisei, mas em 2015 eu fui pra Irlanda no outono e fiquei gripada logo nos primeiros dias. Acionei o médico do seguro e ele veio até mim. Ele era espanhol ou italiano, não falava português e nem inglês, mas apesar disso conseguimos nos entender. Ele me examinou e me deu a receita de um medicamento. Comprei e na minha volta ainda fui reembolsada pelo valor que tive de gastar. O seguro é o tipo de coisa que você compra esperando não precisar usar, mas é melhor se precaver do que ter uma intercorrência e ter que pagar tudo em euros (já que lá não tem sistema de saúde gratuito). É melhor evitar.
Mas no geral, não tive grandes problemas por conta da EM na viagem. A fadiga me pegava de vez em quando, o que me obrigava a ter de descartar alguns passeios. No meu último dia em Paris, por exemplo, meu plano era ir à Torre Eiffel, à Catedral de Notre Dame e à igreja do Sagrado Coração. Estava um dia de muito calor e já havia ficado horas na fila para subir ao topo da Torre (apesar de ter tido a facilidade de pegar uma fila diferente, por causa do diagnóstico). Mesmo após almoçar e descansar um pouco, não conseguiria ir a outros lugares. O jeito foi me conformar e voltar para o hostel rsrsrs
Falei demais né? Vou parar por aqui, mas semana que vem ainda tem mais!
Vou tentar terminar de contar a minha história, prometo!
Te vejo lá 🙂
Fotos: eu, do alto da Torre Eiffel e a vista do Rio Sena do alto da Torre.