Você sabe o que é Saúde Suplementar?

A Saúde Suplementar é o ramo de atividade que envolve a operação de planos e seguros privados de assistência médica à saúde, regulada e fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ela é composta por operadoras de saúde, profissionais e beneficiários. E suas ações e serviços desenvolvidos não têm vínculo com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Um marco histórico na causa da Esclerose Múltipla!

Pela primeira vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) adicionou três terapias modificadoras da Esclerose Múltipla na sua lista de medicamentos essenciais. Esse é um momento significativo na história da EM, marcando um passo crucial para melhorar o acesso a tratamentos para pessoas que vivem com a doença, já que, com essa decisão, a OMS reconhece a importância de tornar os tratamentos disponíveis em todos os sistemas de saúde ao redor do mundo.  Os três tratamentos adicionados à Lista de Medicamentos Essenciais da OMS são: O que é a Lista de Medicamentos Essenciais da OMS? A Lista de Medicamentos Essenciais da OMS é um conjunto internacionalmente reconhecido de medicamentos selecionados para ajudar os países a escolher como tratar suas necessidades prioritárias de saúde. Os países frequentemente usam a lista para desenvolver suas próprias listas nacionais de medicamentos essenciais. A MSIF e seus membros enfatizam que os três medicamentos listados fornecem uma base de cuidados, mas não são os únicos eficazes e importantes para o tratamento da EM. Como esta é a primeira vez que os tratamentos para EM são incluídos, uma nova seção foi criada na lista para enfatizar a importância dos tratamentos para EM. Tratamentos eficazes são cruciais para ajudar as pessoas com EM, retardando o acúmulo de incapacidade, reduzindo o número de recaídas e mantendo a independência. O acesso a uma variedade de DMTs pode ajudar as pessoas com EM a manter a produtividade econômica e contribuir ativamente para a sociedade. A EM é uma doença complexa e é importante que diferentes DMTs sejam disponibilizados para atender às diferentes necessidades da população de EM em um país. Essa é apenas uma das grandes conquistas que ainda estão por vir, onde, cada passo nos guia a um futuro melhor e mais inclusivo! Saiba mais em: https://www.msif.org/news/2023/07/25/whos-decision-brings-hope-to-people-with-ms-worldwide/

Projeto de lei do Legislativo institui a campanha “Agosto Laranja” em municípios de São Paulo

Alguns municípios do Estado de São Paulo estão instituindo a “Campanha Agosto Laranja, Mês de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla” em seus calendários! Municípios que já tiveram o projeto de lei aprovado: Ibirá – Vereador Neto Bibo, Pongaí – Vereador Zé Pedro, São João da Boa Vista – Vereador Rodrigo Barbosa, Ibitinga – Vereadora Alliny Sartori, Bebedouro – Vereadora Mariangela Ferraz, Leme – Vereador Ricardo Canata, Agudos – Vereador Juninho Artioli e Barra Bonita – Vereadora Poliana Quirino, Guaiçara – Vereador Lucas Fernandes, Itapuí- Vereador Luiz do Ônibus, Avaré- Vereador Marcelo Ortega – Auriflama – Vereador Gabriel Federiri – Vereador Edinho da Barra – Iracemápolis – Vereador Ralfi Silva – Santa Fé do Sul – Vereador José Rollemberg – Cunha – Vereadora Elaine Nogueira – Lins – Tutty Pereira. A ABEM parabeniza a iniciativa dos vereadores envolvidos e agradece a iniciativa do projeto de lei! Essa é mais uma conquista para a causa da Esclerose Múltipla! Agosto Laranja Agosto é o Mês de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla que, tem como objetivo promover a conscientização em relação à doença e às privações dos seus portadores em todo o país.  Desde 2006, com a instituição, pela Lei nº 11.303/2006, do Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM) no dia 30 de agosto, o mês passou a ser nomeado de “Agosto Laranja”. A intenção da Campanha Agosto Laranja é chamar a atenção para a enfermidade que, mesmo rara, atinge uma média de 40 mil pessoas no Brasil e 2,5 milhões em todo o mundo, e ainda assim é desconhecida por cerca de 80% da população.  O que é a Esclerose Múltipla? A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica e autoimune, onde as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. Embora a doença ainda seja de causas desconhecidas, a EM tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes, geralmente  jovens, e de modo especial mulheres de 20 a 40 anos.  A Esclerose Múltipla não tem cura e pode se manifestar por diversos sintomas, como por exemplo: fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares, disfunção intestinal e da bexiga. A ABEM estima que cerca de 40 mil brasileiros são pessoas com Esclerose Múltipla.

Esse é o seu momento de voz ativa!

Você faz uso do medicamento “Cladribina”? As inscrições para as Chamada Pública N°13/2023 Cladribina oral para o tratamento em primeira linha de pacientes adultos com esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa.  Uma chamada pública tem como objetivo ouvir a opinião pública sobre determinado assunto, para, consequentemente, executar atividades ou projetos com base nos depoimentos adquiridos. Por isso, esse é seu momento de voz ativa! A CONITEC (Ministério da Saúde), quer ouvir depoimentos honestos sobre quão benéfico tem sido essa nova tecnologia na vida dos usuários. Sua opinião e experiência é importante para o processo de avaliação de tecnologias no SUS e consequentemente a incorporação do mesmo. Para participar, é necessário fazer login no site gov.br. Portanto, ao abrir o formulário de inscrição, você deve clicar no botão “acesso”, localizado no canto superior direito da tela, e fazer o login. Siga o passo a passo:  Para maiores orientações para inscrição, acesse o vídeo explicativo. O prazo para envio das inscrições é 27 de abril de 2023, às 23h59min (horário de Brasília). Para a participação na Perspectiva do Paciente, serão escolhidos um representante titular e um suplente para cada tema.  A escolha dos representantes será feita coletivamente entre todos os inscritos, caso o número de inscrições seja menor que 30. Na hipótese de não serem indicados o titular e o suplente até a data estipulada pela Secretaria-Executiva da Conitec, ou nos casos com 30 inscrições ou mais, será realizado sorteio para preenchimento das vagas, em reunião online a ser agendada com todos. Todas as informações referentes às próximas etapas serão comunicadas aos inscritos por e-mail. O regulamento completo para participação está disponível no portal da Conitec. Não perca a chance de participar e expressar sua opinião! Esta é uma grande conquista. Juntos somos mais fortes!

Brasileiros com Esclerose Múltipla precisam de novos tratamentos no SUS

Governo nega incorporação de medicamento que ajudaria paciente com formas mais agressivas da doença. Especialista traz o impacto disso. A Esclerose Múltipla (EM) se manifesta por meio de sintomas como formigamento, fadiga, perda de força e visão dupla ou borrada. São cerca de 40 mil pessoas afetadas no Brasil, e para as quais o tratamento deve ser escolhido de forma individualizada, de acordo com o nível de atividade da doença.   Neste contexto, recentemente tivemos um revés triste, com a negativa da Conitec – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – para a incorporação de novas terapias mais modernas para a doença no sistema público de saúde. Uma delas é a primeira medicação oral para um dos tipos mais graves da doença, chamado de EM altamente ativa, a Cladribina Oral. “Há anos essa medicação já é aprovada pela Anvisa para EM altamente ativa, o que significa que está disponível na rede privada. Por que não disponibilizá-la para toda a população que precisa dela?” Questiona o Dr. Douglas Sato, neurologista da PUC-RS.  Não é que estejamos sem opções. Nós temos tratamentos infusionais para esse grupo de pacientes, mas precisamos de mais para atender as necessidades específicas e oferecer o melhor caminho para cada em um país continental como o Brasil.   Dados do DATASUS revelam que 43% dos brasileiros com EM precisam viajar mensalmente para retirar sua medicação e realizar seus tratamentos. No Rio Grande do Sul (RS), onde Dr. Douglas Sato atua como neurologista, a porcentagem é ainda maior: são 54% das pessoas que todo mês lidam (como podem) com a logística e custos de se dirigir a outra cidade só para receber a infusão. A cladribina oral é empregada em sistemas públicos de saúde de vários países (como Reino Unido, Canadá, Irlanda e Austrália). Já nos congressos internacionais, nos artigos científicos e mesmo no dia a dia, vemos os bons resultados desse tratamento, capaz de manter a doença sob controle por no mínimo quatro anos.  Matéria original: Veja Saúde  <https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/brasileiros-com-esclerose-multipla-precisam-de-novos-tratamentos-no-sus/>  Por Douglas Kazutoshi Sato (CRM 40770 RS), neurologista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) 

7 Curiosidades sobre a Esclerose Múltipla

Para uns, o nome soa a doença de gente mais velha — ora, Esclerose Múltipla. Mas está aí um engano: a idade média do diagnóstico é de apenas 34 anos no Brasil. E bem que a descoberta do problema poderia acontecer ainda mais cedo, por volta dos 30 como em muitos lugares do mundo, se por aqui as pessoas não demorassem quatro, cinco anos entre os primeiros sintomas e a revelação de estragos nos neurônios, confirmados por exames como o da ressonância magnética. “Os avanços em opções terapêuticas nas últimas décadas talvez só sejam comparáveis com os do câncer”, nota o neurologista Guilherme Olival, que é diretor médico da ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla). A questão é fazer com que as novas armas da Medicina sejam acessíveis na rede pública e empregadas cedo. Uma série de confusões e o desconhecimento sobre a doença não ajudam em nada nesse sentido. A seguir, sete pontos para você ficar por dentro. 1. Quem tem casos de doença autoimune na família deve ficar esperto Se há uma inclinação familiar para produzir anticorpos capazes de se voltar contra os tecidos do próprio organismo — mesmo que a doença autoimune de um parente não seja a Esclerose Múltipla —, então há um um risco aumentado de os neurônios virarem alvo. “Esse seria um motivo extra para a pessoa não desprezar qualquer sintoma neurológico que persista por mais de 24 horas”, diz o doutor Olival. Mas, cá entre nós, a esclerose múltipla também pode surgir em famílias que nunca tiveram nada parecido, embora aí a probabilidade seja menor. “É que não se trata de uma doença hereditária”, esclarece o neurologista. “A bagagem genética que veio do pai e da mãe não determina que você terá a doença. Na verdade, há mais de 200 genes associados à esclerose múltipla, uns aumentando e outros diminuindo o seu risco. O conjunto deles é que forma uma tendência maior ou menor de o problema se desenvolver.” 2. O que levanta a suspeita Guilherme Olival ressalta quatro sintomas que costumam ser os primeiros a aparecer e que, às vezes, não recebem a devida atenção. Um deles é a fraqueza de um dos membros. De repente, um dos braços sente a bolsa de todo dia virar um fardo. Ah, sim, aproveitando: dois em cada três pacientes são mulheres. Também pode acontecer de a pessoa sentir bem mais a perna esquerda do que a direita, ou vice-versa, na hora de subir uma escada. Tem gente que chega a arrastar o pé do lado enfraquecido, como se mancasse. O formigamento em uma região específica do corpo — a qual vai depender da localização dos neurônios atacados — é outro sintoma. “Mas alguns indivíduos, em vez de se queixarem desse formigar, têm a sensação de uma anestesia local”, conta o médico. A perda de equilíbrio ao caminhar é outro sinal que não deveria passar em branco. E, finalmente, a dificuldade para enxergar, com as imagens tornando-se duplas ou tremendamente embaçadas. É que os nervos envolvidos com a visão têm um bocado de mielina e se ressentem quando ela vai para o espaço. Mas nada é tão simples. “Embora a gente fale nesses sintomas principais, há perto de uma centena de outros”, diz o neurologista. “Alguns são raríssimos, como a convulsão ou a dor facial provocada pelo nervo trigêmeo. E outros são até que relativamente comuns, como a fadiga e a incontinência urinária.” Para embaralhar tudo, até mesmo quando se tratam daqueles sintomas considerados os principais, eles não necessariamente aparecem juntos e ao mesmo tempo. 3. Os sintomas podem ir e voltar A Esclerose Múltipla tem uma forma menos comum conhecida como progressiva. “Nela, desde o princípio, os sintomas vão se agravando lentamente e sem parar”, explica Olival. No entanto, cerca de 85% dos casos são o que os médicos chamam de remitentes recorrentes. “O paciente tem surtos que podem durar umas duas semanas, nas quais os anticorpos destroem a mielina dos neurônios. Mas, na sequência, a gente vê uma melhora parcial ou até um período assintomático capaz de se prolongar por meses ou anos em algumas pessoas.” Parece bom, mas há alguns perigos nisso. O primeiro é acentuar a tendência de alguém empurrar com a barriga a busca por um diagnóstico, já que o incômodo some depois de um tempo. O segundo é que, no campo da esclerose múltipla, não falta gente oportunista oferecendo picaretagem e cura. Cura — alto lá! — não existe. O que existe é controle. E os tratamentos falsos, que vão de dietas restritivas a cirurgias, iludem fazer efeito porque existem essas tréguas na forma remitente recorrente. O problema é que, passado um período, sem os medicamentos corretos para conter a fúria dos anticorpos, esse tipo passa a se comportar como a forma progressiva. Aí fica mais difícil segurar. 4. E se as pessoas parassem de fumar? Se não é a genética sozinha que determina o aparecimento da esclerose múltipla, fácil deduzir que fatores ambientais têm um papel de valor. Certas viroses, por exemplo. O vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose, a popular doença do beijo, é crucial. Ele não causa a esclerose múltipla, mas dá um empurrãozinho. Outro fator é o cigarro. “Um estudo aponta que, se todas as pessoas parassem de tragá-lo, haveria uma redução de 30% dos casos de esclerose múltipla em todo o mundo”, diz o doutor Olival. A hipótese é de que as toxinas do tabaco contribuam para confundir o sistema imune, que por engano atacaria a mielina em vez de se ocupar com vírus, bactérias e afins. Em tempo, fica o recado: a fumaça deve passar longe de quem tem a doença para evitar o seu avanço acelerado. 5. A obesidade tem seu peso Além de parar de fumar, quem tem esclerose múltipla precisa fazer atividade física orientada, que sabidamente tem um impacto no bom funcionamento dos neurônios. A sempre sonhada dieta equilibrada cai bem, evitando alimentos cheios de sódio e conservantes, como os embutidos e os enlatados. Alguns trabalhos sugerem que seu consumo regular … Ler mais

Aconselhamento global COVID-19 para pessoas com Esclerose Múltipla (EM)

COVID-19 é uma doença contagiosa que pode afetar os seus pulmões, vias respiratórias e outras partes do seu corpo. É causada por um tipo de coronavírus (chamado SARS-CoV-2) que se espalhou por todo o mundo. O aconselhamento abaixo foi desenvolvido por médicos especialistas em Esclerose Múltipla e pesquisadores. Baseia-se nas descobertas contínuas de como a COVID-19 afeta as pessoas com esclerose múltipla (EM), bem como na opinião médica. Estes dados serão revistos e atualizados à medida que forem sendo disponibilizadas mais evidências sobre a COVID-19 e a SARS-CoV-2. Principais descobertas  Todas as pessoas com EM devem ser vacinadas contra a COVID-19, mesmo que já tenham sido infectadas pela COVID-19. As vacinas contra a COVID-19 são seguras para pessoas com EM, incluindo as que estão grávidas, e para jovens. As pessoas com EM devem ser vacinadas assim que a vacina estiver à sua disposição. Fale com o seu médico sobre o calendário de vacinação contra a COVID-19. Mesmo depois de ter recebido a vacina, é importante seguir os protocolos do seu país sobre uso de máscara, distanciamento social e lavagem das mãos. Se o seu teste for positivo para COVID-19, informe o seu médico o mais rápido possível para que possa receber orientações sobre o tratamento. As vacinas COVID-19 provaram ser a melhor defesa disponível contra as complicações COVID-19 do vírus SRA-CoV-2, incluindo todas as suas variantes. Vacinas para COVID-19 e Esclerose Múltipla Nesta seção, iremos rever os tipos de vacinas atuais e discutir o tempo de vacinação e a administração do tratamento. Dada a seriedade da COVID-19 – que apresenta um risco de mortalidade de 1-3%, bem como o risco sequelas  – desejamos enfatizar estes pontos-chave: Todas as pessoas com EM devem ser vacinadas contra a COVID-19, mesmo que já tenham sido infectadas pela COVID-19. As pessoas com EM devem ser vacinadas assim que a vacina estiver à sua disposição. Mesmo depois de ter recebido a vacina, é importante seguir os protocolos do seu país sobre uso de máscara, distanciamento social e lavagem das mãos. Existem várias vacinas contra a COVID-19 em uso em diferentes países do mundo, e com novas vacinas a serem aprovadas regularmente. Em vez de avaliar cada vacina individualmente, fornecemos abaixo informações sobre os principais tipos de vacinas contra a COVID-19 em uso e em desenvolvimento. Esta orientação baseia-se na informação disponível e iremos atualizá-la à medida que novos dados forem sendo disponibilizados. A propagação do vírus SRA-CoV-2 é influenciada por novas variantes da COVID-19 e a pesquisa em curso está a investigar a forma como as atuais vacinas COVID-19 protegem contra variantes novas e emergentes. Não sabemos quantas pessoas nos testes clínicos de vacinas contra COVID-19 tinham EM, por isso a nossa orientação baseia-se em dados da população em geral nos estudos clínicos de vacinas, pesquisas sobre os efeitos de outros tipos de vacinação nas pessoas com EM, e novos dados que surgem sobre a segurança e eficácia das vacinas contra COVID-19 especificamente para pessoas com EM. Tipos de vacina contra a COVID-19 e como funcionam As vacinas funcionam imitando uma parte do vírus que causa a doença (como seu código genético ), ou uma versão inativada ou enfraquecida do vírus, para provocar uma resposta do sistema imunológico humano. Por sua vez, isto faz com que o corpo produza anticorpos e células T (uma parcela especial de glóbulos brancos) para combater o vírus, impedindo que o mesmo entre e infecte outras células do corpo. Estas vacinas não levam a nenhuma mudança genética em nosso corpo, não entram no cérebro e não alteram o código genético de um feto. Existem atualmente cinco tipos diferentes de vacina contra a COVID-19 em uso ou em desenvolvimento que funcionam de maneiras diferentes (com exemplos abaixo): https://covid19.trackvaccines.org/  As vacinas de mRNA (RNA mensageiro) utilizam pequenas gotículas de gordura para introduzir o código genético (mRNA) da proteína ‘spike’ do coronavírus em seu sistema. O mRNA direciona a produção de proteína spike adicional que é então vista e direcionada pelo sistema imunológico, resultando na produção de anticorpos e células T contra o vírus real. Pfizer-BioNTech (Comirnaty) Moderna (Spikevax) As vacinas não replicantes do vetor viral têm o código genético para a proteína do espigão em um vetor viral. Estes vetores são melhor entendidos como apenas a casca e o mecanismo de entrega de um vírus (comumente de um adenovírus), mas eles não possuem as partes que um vírus precisa replicar e, portanto, nunca podem causar uma infecção. Semelhante às vacinas do mRNA, as vacinas virais vetoriais direcionam a produção da proteína do espigão para que ela possa ser vista e direcionada pelo sistema imunológico. AstraZeneca/Oxford (Vaxzevria) Serum Institute of India (Covishield) Gamaleya Research Institute (Gam-COVID-Vac or Sputnik V) Janssen/Johnson & Johnson (Ad26.COV2-S)     As vacinas inativadas contra vírus utilizam uma forma inativa de todo o coronavírus. O coronavírus foi “morto” para que não possa entrar nas células e replicar-se, e não pode causar uma infecção COVID-19. O sistema imunológico reconhece o vírus inteiro, mesmo que ele esteja inativado. Sinovac (CoronaVac) Sinopharm (BBIBP-CorV) Bharat Biotech (Covaxin) As vacinas proteicas têm a própria proteína do pico do coronavírus (não o código genético), juntamente com algo que impulsiona o sistema imunológico (um “adjuvante”) para garantir que a proteína do pico do coronavírus seja visada. Novavax (Nuvaxovid) Serum Institute of India (Covovax) Vacinas vivas atenuadas utilizam um vírus enfraquecido, mas que ainda se reproduz. Tais vacinas funcionam causando uma infecção leve em pessoas com função imunológica regular. Elas podem ser perigosas em uma pessoa com um sistema imunológico comprometido, portanto são contra-indicadas para pessoas com EM, devido à forma como alguns tratamentos modificadores da doença funcionam. Atualmente (fevereiro de 2022), não há nenhuma vacina COVID-19 atenuada em uso – elas estão apenas sendo investigadas. Vacinas Astrazeneca e Johnson & Johnson (J&J) COVID-19 Estamos cientes de que alguns países estão suspendendo o uso das vacinas Astrazeneca e Johnson & Johnson (J&J) contra a COVID-19, e outros países emitiram advertências sanitárias específicas. As vacinas da Astrazeneca e, em menor grau, da J&J foram ambas ligadas a … Ler mais

Associações de terapias modificadoras de doenças com COVID-19 gravidade em Esclerose Múltipla

Introdução: Pessoas com esclerose múltipla são vulneráveis à doença COVID-19 grave, particularmente aquelas que usam terapias modificadoras de doenças (TMDs). Objetivo: Examinar as características da gravidade da COVID-19 em uma amostra internacional de pessoas com EM. Métodos: Dados de 12 fontes em 28 países foram agregados (incluindo a ABEM). Demográfico (idade, sexo), clínico (fenótipo de EM, deficiência) e TMD (sem tratamento, Alentuzumabe, Cladribina, Fumarato de Dimetila, Acetato de Glatirâmer, Interferon, Natalizumabe, Ocrelizumabe, Rituximabe, Siponimode e outras TMDs), covariáveis foram consultadas juntamente com COVID-19, desfechos de gravidade, hospitalização, admissão em UTI, necessidade de ventilação artificial e óbito. As características dos resultados foram avaliadas em pacientes com suspeita/confirmação de COVID-19 usando regressão logística multinível de efeitos mistos ajustada para idade, sexo, fenótipo de EM e pontuação da escala expandida do estado de incapacidade (EDSS). Resultados: Foram analisados 2.340 pacientes, dos quais 657 (28,1%) com suspeita e confirmação e 1683 (61,9%) com COVID-19 confirmada. Idade avançada, fenótipo de EM progressiva e maior deficiência foram associados a piores desfechos de COVID-19. Em comparação com Fumarato de Dimetila, Ocrelizumabe e Rituximabe foram associados com hospitalização, embora apenas Rituximabe tenha sido associado a maior risco de ventilação artificial. Em comparação com outros DMDs, Ocrelizumabe e Rituximabe foram associados com hospitalização e admissão em UTI, mas apenas o Rituximabe foi associado à ventilação artificial. Em comparação com Natalizumabe, Ocrelizumabe e Rituximabe foram associados à hospitalização e admissão em UTI, mas apenas Rituximabe foi associado à ventilação. Discussão: Associações consistentes foram encontradas de Rituximabe com aumento do risco de hospitalização, admissão na UTI e necessidade de ventilação artificial e de Ocrelizumabe com hospitalização e admissão em UTI. Esses resultados sugerem que o uso de Rituximabe e Ocrelizumabe pode ser um fator de risco para COVID-19 mais grave. Link para o artigo original: https://n.neurology.org/content/neurology/97/19/e1870.full.pdfAutores: Steve Simpson-Yap, Edward De Brouwer, Tomas Kalincik, Guilherme Sciascia do Olival, Alice Estevo Dias, Liesbet Peeters, et al.Local de publicação: Neurology. 2021;97;e1870-e1885.

Esclerose múltipla em crianças: diagnóstico diferencial, prognóstico e tratamento modificador da doença

A Esclerose Múltipla de início pediátrico é uma doença neuroinflamatória e neurodegenerativa rara que tem um impacto significativo nos resultados físicos e cognitivos dos pacientes a longo prazo. Uma pequena porcentagem dos diagnósticos de esclerose múltipla (EM) ocorre antes dos 18 anos. Antes do início do tratamento, é necessário um diagnóstico diferencial cuidadoso e a exclusão de outras síndromes desmielinizantes adquiridas semelhantes, como transtorno do espectro da neuromielite óptica associada à anti-aquaporina-4 (AQP4-NMOSD) e transtorno do espectro do anticorpo da glicoproteína oligodendrócitos da mielina (MOGSD).  As recentes mudanças de 2017 nos critérios de McDonald podem prever com sucesso até 71% dos diagnósticos de EM e têm boa especificidade de 95% e sensibilidade de 71%. Medidas adicionais obtidas por ressonância magnética, como a presença de lesões hipointensas ponderadas em T1 e/ou lesões com realce de contraste, aumentam significativamente a precisão do diagnóstico. Em adultos, o uso precoce de terapias modificadoras da doença (TMDs) é fundamental para um melhor prognóstico a longo prazo, incluindo taxas mais baixas de recaída e piora da incapacidade, e várias terapias aprovadas pela FDA para EM de início adulto estão disponíveis. No entanto, ao contrário de suas contrapartes adultas, o desenvolvimento, teste e aprovação regulatória dos tratamentos para EM pediátrica têm sido significativamente mais lentos e prejudicados por considerações logísticas e/ou éticas. Atualmente, apenas dois TMDs de EM (fingolimode e teriflunomida) foram testados em grandes ensaios de fase III e aprovados por agências reguladoras para uso em EM pediátrica. Terapias de primeira linha não aprovadas pelo FDA para uso em crianças (interferon-β e acetato de glatirâmer) também são comumente usadas e resultam em redução significativa da atividade inflamatória quando comparadas com pacientes com EM pediátrica não tratados. Um número crescente de pacientes com EM pediátrica é tratado com terapias de eficácia moderada, como fumarato de dimetila e terapias de alta eficácia, como natalizumabe, anticorpos monoclonais anti-CD20, anticorpos monoclonais anti-CD52 e/ou transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas. Esses TMDs de alta eficácia geralmente proporcionam redução adicional na atividade inflamatória quando comparados aos medicamentos de primeira linha (até 62% de redução da taxa de recaída). Portanto, vários ensaios de fase II e III estão atualmente investigando sua eficácia e segurança em pacientes com EM pediátrica. Link para o artigo original: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34940954/Autores: Jakimovski D, Awan S, Eckert SP, Farooq O, Weinstock-Guttman B.Local de publicação: CNS Drugs. 2022;36(1):45-59

Pesquisadores reforçam a ligação entre o vírus Epstein-Barr (EBV) e o risco de desenvolvimento de EM

Pesquisadores reforçam a ligação entre o vírus Epstein-Barr (EBV) e o risco de desenvolvimento de EM A causa da Esclerose Múltipla (EM) não é totalmente conhecida, mas alguns estudos apontam a mistura de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. É difícil dizer se algo causa a EM definitivamente, ou se uma combinação de diferentes fatores aumenta o risco de desenvolvimento da EM. Um novo estudo importante reforça as evidências que sugerem que o vírus Epstein-Barr (EBV) pode ser um desses fatores de risco. O que é Epstein-Barr (EBV)O EBV é um tipo de vírus do herpes. É um dos vírus mais comuns, encontrado em 9 de cada 10 pessoas em todo o mundo e é transmitido através de fluidos corporais, como a saliva. Ele pode causar mononucleose infecciosa, também conhecida como febre glandular. Depois que o corpo se recupera de doenças, o EBV permanece “silencioso” no corpo – criando uma infecção oculta para toda a vida. Como o EBV se relaciona com a MS?Após o corpo humano ter lutado contra um vírus, o sistema imunológico deixa para trás partes do invasor – conhecidas como antígenos. O corpo reconhece os antígenos e estimula a produção de anticorpos, para ajudar o sistema imunológico a reconhecer o vírus se ele invadir o corpo novamente. Os anticorpos EBV foram ligados a vários tipos de cânceres e doenças auto-imunes, incluindo a Esclerose Múltipla. Estudos sugerem que anticorpos ocultos do EBV podem interagir com o sistema imunológico e o sistema nervoso, dando origem a patologias. Vários estudos encontraram uma ligação entre o EBV e a EM, com até 99% das pessoas com EM descobrindo que têm anticorpos contra o EBV. Da mesma forma, a maioria das pessoas sem anticorpos contra o EBV tende a não desenvolver EM. O que a nova pesquisa mostra?O professor Alberto Ascherio e colegas da Harvard T.H. Chan School of Public Health em Cambridge, EUA, acompanharam 10 milhões de militares americanos durante 20 anos. O objetivo do estudo era analisar se a infecção por EBV aumenta o risco de desenvolvimento da EM. No início do estudo, eles coletaram amostras de sangue de todos e mediram anticorpos contra o EBV para ver se os indivíduos tinham sido infectados no ano anterior. Em seguida, colheram amostras de sangue a cada dois anos, para testar se pessoas anteriormente não infectadas pelo EBV tinham entrando em contato com o vírus. O grupo também mediu o nível de Neurofilamento de Luz (NfL), que se trata um biomarcador – algo que pode nos dizer sobre o estado de uma doença. A NfL é frequentemente encontrada no sangue de pessoas que tiveram alguma forma de dano cerebral ou do sistema nervoso, como quando a mielina se rompe na EM. Em pessoas que passam a desenvolver EM, o nível de NfL no sangue é alto até seis anos antes dos sintomas da EM se desenvolverem. Ascherio e colegas descobriram que nas pessoas com EM, a NfL só aumentou após a infecção por EBV. Isto levou os pesquisadores a acreditar que a infecção pelo EBV veio antes do início da EM. Dos 10 milhões de pessoas estudadas, 801 foram diagnosticadas com EM, dos quais 800 pessoas tinham anticorpos EBV. Eles descobriram que o risco geral de desenvolvimento da EM aumentou 32 vezes após a infecção com EBV. O grupo também estudou outros vírus, tais como o citomegalovírus (CMV), outro vírus humano comum. Eles não encontraram nenhuma mudança no risco de desenvolvimento de EM após a infecção pelo CMV. O alto nível de risco aumentado em pessoas infectadas pelo EBV, junto com o grande número de pessoas estudadas, indica fortemente que o EBV pode ser um fator de risco importante no desenvolvimento da EM. É importante reforçar que o estudo não prova conclusivamente uma relação causal e até onde se sabe, a Esclerose Múltipla em sua forma não é uma patologia transmissível.