Hospitalização e afins

Caros leitores, esclerosados ou não, Internação  em hospital algum dia já fez parte de sua rotina. Primeiro, antes de ir ao pronto-socorro, você pensa um milhão de vezes, se você realmente deve ir lá, porque seus sintomas podem desaparecer num passe de mágica maluco ou golpe de sorte. Aí você vê que não é bem assim. Não melhora por ação  do acaso, ou sei lá, quem você queira evocar. Vão te internar, tem q esperar vaga para internação, como uma amiga relatou pode ser de até uma semana de espera no pronto-socorro. É a situação da saúde brasileira… Você foi hospitalizado (a), claro que uma alma bondosa esta te acompanhando. Ela fica responsável por trazer de casa a lista infindável de artigos pessoais de higiene, revistas e roupas, e é claro, alguma coisa ela vai esquecer, tipo a pasta de dente. Hospitalização é terrível, a gente não pode fazer nada sozinho; andar não pode porque há risco de queda, pelo menos nossos “tomóveis (bengalas, andadores)”  tiram folga. Comer sozinho impossível. Aliás, a comida, é um capítulo à parte para quem fica cansado (a) de mastigar. Como não tem nada para fazer, a comida é então, esperada ansiosamente… Mas a decepção de mastigar e cansar nos dá tristeza. Não há paz, entram enfermeiros, médicos, nutricionista, fisioterapeutas,  a qualquer hora, de madrugada, na hora do soninho gostoso. Mede se a pressão, a temperatura, coleta se sangue, colocam-se acessos e a gente está lá quase sem se mexer, literalmente paralisado. As horas não passam; cada segundo é contado e é eterno… Ainda há os exames, a ressonância de madrugada porque não se atrapalha a fila dos exames marcados externamente. A ressonância, julgo como uma piada de tão ruim. Primeiro você não pode se mexer, não que você consiga se movimentar muito, mas o nariz coça bem naquela hora; depois a temperatura baixa do ar condicionado, o barulho ensurdecedor. Se a ressonância é do crânio, até que vai rapidinho. Mas se a coluna toda precisa ser analisada, o exame é interminável. Aplica-se o contraste para verificar se há lesões ativas; que bom, faltam aproximadamente 15 a 20 minutos. Os 15 minutos mais desejáveis, o exame está finalmente acabando. Depois há as medicações, geralmente o ”sorinho” por nós esclerosados apelidado, o solumedrol, e não vemos a hora de melhorar. Você não aguenta mais ficar ali, mas o médico ainda te mantém em observação.   Rufem os tambores, ele aprovou por fim seu estado geral. Na hora de sair, outro parto, você aguarda a alta do médico ansiosamente, seu acompanhante também, então aquela infindável lista de coisas que você trouxe de casa, ou melhor, seu acompanhante paciente trouxe, não cabe na sua mala. Mas enfim, você quer voltar para casa. Fico pensando que apesar de tudo somos felizardos, porque estamos internados, alguém está tratando de nós. Temos um hospital ao qual recorrer,  uma ressonância a fazer, e um médico atencioso; e quem não tem nada disso?