Há quase dez anos atrás quando recebi o diagnóstico de Esclerose Múltipla, a primeira pergunta que fiz ao médico foi: “posso ter filho?” e ele respondeu: “pode, só recomendo que não tenha mais do que seis, pois dá muito trabalho”.
Quando recebi o diagnóstico não tinha filho, mas tinha muita vontade de ter, por isso da minha pergunta. Fiquei aliviada e menos preocupada, pois pensei: “se a Esclerose Múltipla não pode me impedir de ter filho, não poderá me impedir de nada”.
E foi assim, quatro anos após o diagnóstico engravidei e hoje tenho uma filha de cinco anos. Depois do diagnóstico o melhor período que tive, fisicamente falando, foi o da gravidez, não tive problemas de grávida, como inchaço, pressão alta, diabete, peso excessivo etc., tampouco problemas decorrentes da patologia.
Depois do nascimento da minha filha, compreendi a razão da minha existência. Quando ela veio ao mundo, senti um amor tão grande, que parecia que nunca tinha vivido sem ela.
Amor incondicional e infinito, aí entendi o que é amor de mãe. Tenho certeza de que não sou perfeita e nem tenho essa pretensão, mas sei que o amor envolvido nessa relação: mãe e filha é imenso e é uma experiência rica e única, que mudou completamente a minha vida e os meus valores.
Mais do que ensinar, aprendo com ela. Tenho esse presente todos os dias. Não imagino a vida sem ela, sem essa convivência, agradeço todos os dias a honra de ser a mãe da minha pequena e amada Ana Clara.