Rir ou enlouquecer

Caro(a) leitor(a )

A probabilidade de escrever bobagens  é grande, mas procuro com alguma força e esforço, não cometer esses deslizes.

Rir das situações engraçadas é fácil , necessário, fisiológico; mas quero falar de rir de nossas dificuldades, de situações de aperto, de desespero. Não me refiro a “marcar bobeira” .

Digo, a partir de uma reflexão séria e corajosa  rir do adverso. É uma solução para o trágico- dramático.

É a resposta ao destino, se existisse; ao conjunto de ações e responsabilidades que assumimos.

Rir da própria situação é  solução para o bem ou para o mal.

Podemos escolher também chorar, mas convido você leitor à ironia . Ria , massageie seus músculos faciais e abdominais, você se sentirá melhor.

Ironia, em relação à  vida, em certa dose é boa.

Temos de rir de nossas dificuldades, os quebradinhos , nós temos que aprender a fazer isso.

É a rampa que desce para a rua  e que não sobe para outra, é o poste o buraco, a escada, o sabonete do banho no chão, o talher inalcançável na mesa.

Enfim, é o pau , a pedra , mas não são as águas de março

Temos que rir  da briga entre amigos, da discórdia  e do nosso próprio choro.

Importante não é só rir: é lutar, arranjar estratégias para sair ou melhorar a situação.

E daquilo que não podemos mudar, resta o exercício de rir da vida.

 

“É a vida:cada cultura tem os seus dramas para expiar..  As circunstâncias podem ser inomináveis, mas há sempre um raio de luz que se intromete entre a loucura, o ódio e o sofrimento.” O poder libertador das piadas -rimos ou enlouquecemos. Freud citado por João Pereira Coutinho. Rir ou enlouquecer. Folha de São Paulo 12/03/19