NEUROREABILITAÇÃO
O Centro de Reabilitação Neurológica criado pela ABEM é um dos objetivos da Instituição, na prestação de serviços especializados e diferenciados em neuro-reabilitação as pessoas com esclerose múltipla.
Saiba quais as terapias e serviços disponibilizados e como utilizá-los, navegando pelos banners laterais.
FISIOTERAPIA
Trata das diversas seqüelas deixadas pela EM como: distúrbios de equilíbrio, força muscular, coordenação motora – empregando exercícios corretivos, alongamentos e técnicas específicas para o atendimento à pessoa com esclerose múltipla. Na ABEM, o paciente é avaliado e reavaliado a cada 3 meses, por meio de avaliações físicas funcionais, pesquisa de reflexos entre outros para identificar o nível de capacidade funcional.
São utilizadas técnicas e instrumentos específicos para cada pessoa ou tratamento para auxiliar o desenvolvimento das habilidades motoras e promover a redução das consequências da doença e propiciar a qualidade de vida. O profissional de fisioterapia ensina exercícios para evitar perda de tônus muscular, para o alívio de dores, para promover correções da postura e estimular a expansão respiratória e de circulação sangüínea.
Orienta cuidadores de pacientes para realizarem exercícios físicos ou mesmo na manipulação de aparelhos mais simples, que ajudem na reabilitação e possam ser feitos em casa. Controla o registro de dados, analisa o resultado do tratamento e elaborar boletins que demonstram estatisticamente a condição da pessoa e a resposta de tratamento.
FONOAUDIOLOGIA
A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição (Código de Ética da Fonoaudiologia, 2004).
O fonoaudiólogo é um profissional que atua em prevenção, avaliação, reabilitação e pesquisas. É importante lembrar que o fonoaudiólogo não trabalha somente com crianças – como muita gente imagina – ele atende também gestantes, bebês, adolescentes, adultos e pessoas idosas com ou sem doenças neurológicas.
O fonoaudiólogo identifica problemas ou deficiências ligadas à comunicação oral, empregando técnicas próprias de avaliação e fazendo o treinamento fonético, auditivo, de dicção, empostação da voz e outros, para possibilitar o aperfeiçoamento e/ou reabilitação da fala.
As alterações fonoaudiológicas na Esclerose Múltipla estão concentradas nas áreas de voz, articulação e deglutição (ato de engolir), podendo estar nas seguintes formas:
Fala – articulação imprecisa dos sons, cansaço ao falar; |
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Voz – rouca-soprosa, monótona e com intensidade (volume) reduzida, áspera e forçada, nasalizada; |
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Deglutição – dificuldade na mastigação dos alimentos, engasgos, tosses ou pigarros, acúmulo de saliva ou seu espessamento. |
Na ABEM são realizados exames fonéticos, de linguagem, dos aspectos motores da fala, dos órgãos fonoarticulatórios e da deglutição, para que se possa estabelecer o diagnóstico e tratamento.
Após a avaliação fonoaudiológica, o paciente com EM é encaminhado para atendimento terapêutico, individual ou em grupo.
O(a) fonoaudiólogo(a) na ABEM atua junto com o cuidador do paciente, dando informações e orientações do que pode ser feito em casa para melhorar as funções da fala, deglutição, respiração e voz.
ENFERMAGEM
A Enfermagem é compreendida como a arte e a ciência de pessoas que convivem e cuidam de outras. Uma profissão dinâmica sujeita a transformações permanentes e que está continuamente incorporando reflexões sobre novos temas, problemas e ações, por que seu princípio ético é o de manter ou restaurar a dignidade das pessoas em todos os âmbitos da vida.
O enfermeiro é atende o paciente (indivíduo, família e comunidade) em suas necessidades básicas, planejando suas ações para promover a assistência, a recuperação, capacitando-o, sempre que possível ao auto cuidado, o que contribuirá para a integridade de sua estrutura humana, seu desenvolvimento bio-psico-sócio-espiritual, buscando o equilíbrio no bem estar dentro das limitações impostas pela esclerose múltipla.
O profissional de enfermagem tem a responsabilidade de auxiliar no desenvolvimento do auto cuidado nos pacientes e orientar os familiares/cuidadores, sempre que possível, levando-os a perceberem sua responsabilidade na reabilitação e recuperação do paciente.
A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica que afeta diversas funções, mas, apesar disso as pessoas com EM podem levar uma vida ativa e adotar uma atitude positiva em relação a ela. Cabe a enfermagem detectar, através de avaliações, os riscos potenciais para algumas doenças e fornecer orientações necessárias para prevenção e controle das mesmas.
A enfermagem na ABEM tem como função fazer curativos e imobilizações especiais, administrando medicamentos e tratamentos prescritos. A enfermagem realiza atendimento individualizado e especializado ao paciente, ouvido as queixas, identificando as necessidades e providenciando o atendimento adequado.
NUTRIÇÃO
A nutricionista planeja, coordena e supervisiona serviços ou programas de nutrição para os pacientes da ABEM e interage com a equipe multidisciplinar.
A alimentação é um dos fatores primordiais para a promoção, manutenção ou recuperação da saúde.
Para a pessoa com EM, uma dieta equilibrada contribuirá para o aumento da resistência frente à infecções intercorrentes, além de melhorar de uma forma geral sua qualidade de vida.
Na ABEM, o setor de Nutrição, realiza-se uma avaliação do estado nutricional global, do paciente buscando detectar problemas que possam interferir na dieta (condições econômicas, meio de vida, entre outros.)
É recomendável a redução do consumo de alimentos que contenham gordura saturada e aconselha-se o consumo regular de alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, legumes e vegetais folhosos. Alimentos ricos em fibras, como cereais e pães integrais também devem ser ingeridos em quantidades adequadas, pois ajudam a melhorar as funções intestinais (prisão de ventre), queixa frequente de pessoas com EM.
PSICOLOGIA
O adoecimento é um processo que acomete o organismo como um todo e está correlacionado a vários fatores intrínsecos e extrínsecos (físicos, biológicos, emocionais, ambientais, culturais, entre outros).
As pessoas são diferentes umas das outras em relação ao comportamento, atitudes, anseios, entre outros, inclusive, como realizam o enfrentamento do adoecimento. Por isso a orientação sobre as características emocionais e comportamentais, se tornam imprescindíveis para a compreensão de si mesmo e do paciente.
O psicólogo realiza avaliação psicológica por intermédio de testes psicológicos validados no Brasil e orienta para o desenvolvimento e aprimoramento bio-psicossocial. Na ABEM, o paciente, seus familiares e cuidadores podem ser acompanhados pelos programas de neuropsicologia, psicologia individual e em grupo.
NEUROPSICOLOGIA
Pacientes com Esclerose Múltipla têm apresentado déficits de cognição como: atenção, concentração, aprendizagem, memória e funções executivas (flexibilidade mental, planejamento e decisão). Os déficits cognitivos (neuropsicológicos) são, na sua maioria, resultantes da localização e extensão das placas no SNC (Sistema Nervoso Central) especificamente no cérebro. A memória é uma das funções neuropsicológica mais comprometida na EM, porque afeta importantes áreas cerebrais correlatas. Por intermédio da avaliação neuropsicológica, pode-se fazer um planejamento de intervenção para reabilitação das funções cognitivas e, dessa forma, proporcionar uma melhor qualidade de vida a pessoa com EM.
A limitação física e o tempo da doença concorrem para o comprometimento dos processos intelectuais. O desempenho intelectual pode ser influenciado por medicamentos e alterações emocionais e de humor.
A neuropsicologia realiza avaliação com o auxílio de testes específicos para detectar os déficits das funções cognitivas, tais como: atenção, concentração, memória, linguagem, praxias e funções executivas, além de elaborar programas de prevenção e tratamento.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Psicologia comportamental cognitiva restabelece o equilíbrio emocional, que podem agravar os sintomas da E.M., diminuindo assim as seqüelas.
A EM pode trazer transtornos psicológicos e psiquiátricos significativos.
Um dos aspectos psicológicos mais notável, no atendimento clínico, é a percepção que o indivíduo tem da sua própria doença em sua vida.
O objetivo da Terapia Cognitiva Comportamental é ajudar o paciente a mudar suas crenças e pensamentos sobre si mesmo e a doença, para ter comportamentos mais adaptativos e adequados com relação a todos os aspectos da vida.
Na ABEM, essa terapia, realizada pela neuropsicóloga, é uma abordagem focada e breve, onde terapeuta e paciente trabalharão juntos para atingir os objetivos propostos no início da terapia, com duração de 4 meses, podendo o tempo ser prorrogado, de acordo com a necessidade do paciente.
Tanto o psicólogo como o neuropsicólogo atuam junto a equipe interdisciplinar, identificando e compreendendo os fatores emocionais e cognitivos, para intervir na saúde geral do portador de EM.
TERAPIA OCUPACIONAL
A Terapeuta Ocupacional dedica-se ao tratamento, desenvolvimento e reabilitação do paciente com EM, promovendo atividades com fins específicos a fim de restaurar e reforçar a sua atuação, facilitando a aprendizagem de habilidades e funções essenciais para sua adaptação e produtividade, promovendo a manutenção da saúde.
A Terapia Ocupacional na ABEM tem como objetivos: planejar trabalhos individuais ou em pequenos grupos, como trabalhos criativos, manuais, de mecanografia e outros, estabelecendo tarefas de acordo com o problema de cada um, para possibilitar a redução e correção das deficiências do paciente; promover a independência nas atividades da vida diária; incentivar o retorno às atividades abandonadas; estimular descobertas de novas habilidades; preservar a capacidade cognitiva, além de dar oportunidade de expressão de sentimentos, atitudes e idéias através da execução de atividades, criando uma relação tríade – terapeuta-paciente-atividade.
TERAPIA FUNCIONAL
Na Terapia Funcional há um envolvimento entre estes dois profissionais que atuam juntos no tratamento direto ao paciente. Após realizar um programa de reabilitação de 3 meses de duração, o paciente que tiver a necessidade de treinar uma função em especial, principalmente no que diz respeito às atividades básicas do dia-a-dia, é encaminhado para a Terapia Funcional pela Fisioterapia ou pela Terapia Ocupacional.
É realizada uma avaliação inicial, contendo dados fisioterapêuticos e também da TO. É feito um questionamento quanto à queixa funcional do paciente e é verificado como esta função é realizada, para se identificar os problemas e também os potenciais do indivíduo.
Na Terapia Funcional, juntos, TO, fisioterapeuta e paciente selecionam uma função específica para ser trabalhada por um período pré-determinado, levando-se em consideração todo o potencial que o paciente possui.
A ênfase não reside em utilizar o exercício terapêutico e as atividades para alterar um determinado número de deficiências, mas sim em utilizar a intervenção para melhorar a função e reduzir uma incapacidade que seja significativa para o indivíduo ao qual são indicados os serviços de Fisioterapia e TO.
Em vez de considerar “qual exercício pode ser prescrito para amenizar uma deficiência”, os terapeutas consideram quais deficiências estão relacionadas a uma função reduzida e a incapacidades e qual exercício pode aprimorar a função para combater as deficiências.
As funções mais escolhidas para serem treinadas são: escrita; alimentação; transferências; funcionalidade em geral dos mmss; calçar meia/sapato; vestuário; alcance; funcionalidade dos mmss em pé; resistência para guiar volante do carro; lavar louça; cuidados higiênicos pessoais; preparo de alimentos; atenção durante a marcha; ajoelhar; impulsão da cadeira de rodas; troca de papagaio
Cada vez mais se fala em trabalho interdisciplinar com os portadores de Esclerose Múltipla. Com a Terapia Funcional percebemos que este trabalho é essencial não só para o paciente como também para os profissionais que se interrelacionam. A soma dos conhecimentos vêm acrescentar à reabilitação do portador, sem confrontar as idéias dos profissionais.
A fisioterapia e a TO se integram, para fornecer o melhor estímulo para o paciente. Esta visão em conjunto, direcionada à funcionalidade do indivíduo, enriquece a terapia. Os resultados obtidos são muito favoráveis, onde pessoas portadoras da EM há mais de 15 anos conseguiram, após grande tempo de estabilização ou piora, readquirir uma função ou melhorar a execução da mesma.