Somos os quebradinhos com esclerose múltipla.
O termo quebradinho é cunhado pelo colunista Jairo Marques que escreve no jornal Folha de São Paulo, designando os deficientes em geral. Quebradinho é um termo fofo, é engraçadinho.
Não somos coitados. Coitado vem do verbo arcaico “coitar”, do latim coctare, que significa desgraçar ou atormentar. Assim, um coitado é alguém que sofreu coita, ou seja, uma desgraça, dor, pena ou aflição.
Não somos coitados, alguns até são, mas a pena é um fardo muito pesado para uma existência comum.
Quebradinhos que somos; capazes de realizar coisas boas e de fazer verdadeiras porcarias. Somos capazes de qualquer emoção humana.
Sim, temos direito de entrar em shows, bancos e qualquer lugar, desde que como todo ser humano, dê–nos oportunidade.
Inclusão é trazer para dentro, participar do processo, da realização.
Somos cidadãos, queremos também fazer história, alguns por sua deficiência, outros pela referencia, outros pela ciência.
A verdade é que todo quebradinho é um ser humano, capaz de escrever sua própria história.
Com direitos sim, mas também com deveres.
Isso nos torna cidadãos da sociedade, e que ora compreende e ora repreende.
Somos Quebradinhos porque somos diferentes, nossa condição nos faz diferentes, mas a diversidade é perfeita, é o motor da vida.
E Quebradinhos que somos, somos simplesmente humanos.