É impossível prever com exatidão a evolução da EM para cada caso individual, mas os primeiros cinco anos dão alguma indicação acerca da forma como a doença irá evoluir. Isto se baseia na evolução da doença ao longo desse período e no tipo da doença. (i.e. por surtos ou progressiva). Pensa-se que o grau de incapacidade alcançado ao fim de 5 ou 10 anos dê uma previsão fiável da evolução futura da doença. No entanto, existem muitas variáveis neste cenário:
– Uma grande percentagem dos portadores de EM não é afetada de forma grave pela doença e vivem durante 10, 15 ou mais anos uma vida normal e produtiva sem serem limitadas pela doença.
– Existe um grupo significativo (30-50%) de doentes com a forma de EM por surtos que evoluem para a forma progressiva após 10 anos (1).
– A idade no início dos sintomas e o sexo também podem ser indicadores da evolução a longo prazo da doença. Algumas pesquisas indicaram que as pessoas mais novas no início dos sintomas (idade inferior a 16 anos de idade) terão um prognóstico mais favorável. No entanto deve-se ter em conta que se um jovem viver com EM durante 20 a 30 anos poderá apresentar uma incapacidade significativa mesmo que a progressão através desta incapacidade seja lenta e que nos primeiros 10 a 15 anos seja pouco afetado. Outras pesquisas indicaram que um início tardio da doença (i.e. depois dos 55 anos de idade), particularmente em homens, pode indicar uma forma progressiva da doença (2).
A esperança na terapêutica da EM deve ser encorajante para os recém-diagnosticados com EM. Fármacos como o interferão beta são possíveis tratamentos modificadores da doença. Os interferões beta podem retardar a progressão da incapacidade bem como reduzir a gravidade e frequência das exacerbações. Por outro lado, o grande número de investigações que atualmente são realizadas na área da EM permitem manter a esperança de que irão surgir terapêuticas que irão interferir no processo da EM, não sendo esta uma expectativa impossível num futuro próximo.
Deve também ser recordado que muitos portadores com EM apresentam ao longo da vida uma incapacidade com a qual lidam facilmente (ex. fadiga, coxear, problemas de bexiga). Em média pode dizer-se que após 15 anos de doença cerca de 50% dos doentes andam sem problemas e 40% trabalham (2). A esperança de vida para as pessoas com EM é aproximadamente idêntica à normal (3).