Natal é uma época de alegria, mas vem se tornado cada vez mais uma época de exagero. Exagero de consumismo material, mercadológico, não exagero de amor, paz e esperança. Que situação triste!
Quando eu era criança, aguardava ansiosamente essa época. Tudo era para o Natal, aguardava Papai Noel, mesmo sabendo que o bom velhinho era meus país e avós. Tinha esperança.
Quando sabia que a família se reuniria, tinha aconchego e paz.
Quando sabia que teria uma mesa para colocar, mesas a juntar, sabia que havia deliciosas. Iguarias e coisas que só
tínhamos no Natal, refrigerantes, nozes, tâmaras , castanhas etc.; havia fartura
Quando escreviam cartões, com letra caprichada e os mais sinceros desejos; havia amizade
Quando me vestia com roupas novas, embora incômodas, eu tinha a segurança econômica de meus país e eu nem fazia conta.
Quando havia uma casa para limpar, que eu não gostava muito e um lar para enfeitar eu tinha conforto.
Quando eu reclamava que chovia, eu tinha alguma certeza que passaria.
Eu digo eu tinha, ainda tenho, ainda bem. Mas o sabor está diferente!
Quando acumulamos experiência, o sabor do Natal muda. O eixo não é só você, mas o outro também.
Quando eu tinha tudo isso, as pessoas tinham isso também?
O Natal é uma revolução: para os cristãos é o próprio Deus que se fez humano, e então podemos entender ou traduzir por um amor tão grande, que se fez descer da posição de Deus para
condição de ser humano.
A revolução somos nós também quando descermos do nosso “mundinho” para condição humana, para o irmão, seja parecido ou diferente.
Ter um Natal com sabor diferente A revolução dentro de si; revolução de criança, de Natal
Feliz Natal amigos (a).
“Que tal a verdadeira revolução pouco tivesse a ver com uma
revanche, mas consistisse em cada um descobrir nele mesmo às condições de realizar quem ele é? Neste caso, de fato a desigualdade se torna apenas uma forma possível de diferença.”
Contardo Calligaris . Um fim possível do ressentimento. Folha de São Paulo