Quem já não ouviu a frase: “de perto ninguém é normal”. Confesso que quanto mais o tempo passa, concordo com essa afirmativa.
Se ninguém é “normal” consequentemente ninguém é “igual”. É todos somos diferentes, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza.
O bicho homem vive em sociedade, está se relacionando o tempo todo com os outros, e isso ocorre cada vez mais e mais. Os meios de comunicação estão cada vez mais diversificados e conseguem fazer com que as pessoas estejam em contato umas com as outras o tempo todo, no mundo inteiro.
Parece loucura, mas é a pura realidade. O Grande desafio consiste em como estar em sociedade e comunicar-se o tempo todo com todos e não ocorrerem conflitos?
Se cada um é de um jeito, pensa e age de um jeito, como conseguir harmonizar tantas ideias e tantas pessoas e grupos ao mesmo tempo.
Ainda não alcançamos esse estágio… Por tudo que sabemos e vemos as diferenças muitas vezes falam mais alto e causando guerras, confrontos e desavenças.
Pensemos um pouco: o que significa ser diferente? Ser e agir cada qual no seu cada qual? Creio que isso significa que somos únicos, singulares e que cada um tem sua importância e papel nessa loucura que chamamos de vida.
Somos todos diferentes, enfermos ou saudáveis cada um tem sua opinião, seu lugar e seu espaço. Ter a consciência disso me fortifica, pois apesar de ter esclerose múltipla, sei que posso e tenho vez e voz.
Já falei sobre isso algumas vezes, mas não canso de repetir: quero ser protagonista da minha vida e de alguma forma ocupar meu espaço na sociedade, no mundo.
Algumas vezes as forças faltam, some a disposição, a dor toma conta do corpo, aí é preciso ter paciência e sabedoria para reperá-las e sentir-se bem novamente.
A esclerose múltipla têm sintomas flutuantes, que vão e vem, isso resulta em constantes mudanças nesses pacientes, como eu.
Não quero tapar o sol com a peneira e dizer que tudo é sempre lindo e perfeito, mas quero entender que todos somos diferentes, eu sou diferente, e então conseguir lidar com toda essa diversidade.
Acredito que o mais importante é tentar entender toda essa loucura para conseguirmos seguir sempre em frente, caminhando, aprendendo, vivendo…
Mas aí penso como entender tudo e todos se fomos e agimos sempre diferentemente. Talvez a palavra chave seja: RESPEITO.
Com doença ou sem doença, todos somos diferentes. Normal é ser diferente, eis a regra.
Então, não vamos nos esconder ou negar que temos uma patologia e por isso somos inferiores. Apenas somos diferentes, como todo mundo.
Saber, falar e viver com esclerose múltipla não é fácil, sei bem disso, mas quando penso na diversidade que existe no mundo e nos problemas e questões que vêm com elas, consigo até ser mais resignada.
Resignação não quer dizer conformismo ou inércia, apenas quer dizer: tudo bem sei que sou diferente e muitas vezes o caminho que preciso percorrer é diferente do da maioria das pessoas.
Somos diferentes, somos NORMAIS.