Quem me conhece acha estranho. Estou sem fazer nada numa margem de tempo interminável. Um observador astuto notaria que não estou tricotando, crochetando; estou fazendo nada, jogando papo fora ou mesmo só escutando, observando.
Acho importante a troca; somos semelhantes na humanidade, em nossos problemas e quando estou na ABEM em nossa doença. Somos diferentes também ; e aprendemos a respeitar nossas diferenças.
Parece uma inutilidade, mas não há nada jogado pelos ares.
Cada palavra para mim, passa pela reflexão. Ecoa no âmago de ser. com certeza para outros também.
Fico feliz ao receber um bom dia, uma pergunta sobre minha situação (se estou bem, alegre ou triste, cansada, revoltada) mas não é só isso, jogar papo fora, quer dizer conversar sobre o café da manhã, sobre o trabalho doméstico, sobre o transporte, sobre uma pessoa estranha, sobre qualquer coisa.
Jogando papo fora, negociamos, respeitamos opiniões, discutimos não agressivamente, aprendemos e ensinamos.
Jogar conversa fora, é ouvir, principalmente; uma virtude esquecida de hoje.
Silenciar…
Justifico meu silêncio assim; o esforço de escutar; entretanto, se só houver silencio, não vai haver diálogo, não há papo furado.
Enfim, o importante é tentar jogar papo fora, o resto é silêncio…
“Os melhores bate-papos são aqueles sem planejamento, quando parece que estamos jogando conversa fora? Será que jogar conversas fora é trocar ideias? É entender, é saber sobre a vida do outro? É colocar suas opiniões de maneira não agressiva?”. Educação socioemocional-Betina Serson- Folha de SP- 07de abril de 2019