História da ABEM e logo

 

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“Dueto para Um Só”, de Tom Kempinski, estreou em 1984 em São Paulo, no Teatro Ruth Escobar. Estrelada por Othon Bastos e Martha Overbeck. A peça retratava a vida da bem sucedida e respeitada violoncelista inglesa, Jacqueline du Pré, casada com o famoso maestro Daniel Baremboim. Aos 28 anos, foi acometida pela Esclerose Múltipla e, impossibilitada de tocar, passou a dar aulas de violoncelo até 1988, quando faleceu. Jacqueline perdeu os movimentos mas não o otimismo e a paixão pela música. Incansável batalhadora dedicou-se a ajudar outros portadores de Esclerose Múltipla. Foi ao final da peça, à saída do teatro, que portadores de esclerose múltipla se identificaram pelo uso da bengala ou da cadeira de rodas. Esse foi o caso de Ana Maria Almeida Amarante Levy e Dr. Renato Basile, os fundadores da ABEM (ambos falecidos). Daquele encontro, surgiu a necessidade de se criar uma associação e, em julho de 1984, nascia a ABEM. No princípio, os encontros de portadores eram realizados no próprio apartamento de Ana Maria Levy, à Rua Padre João Manoel, em São Paulo. O número de freqüentadores cresceu e então foi cedido um espaço no Lar Escola São Francisco. Nos anos que se seguiram, foram criados capítulos da ABEM, primeiramente no Rio e depois em outras capitais.

Em 1987, a ABEM filiou-se a Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) com sede em Londres. Neste mesmo ano, mudou-se para o bairro do Campo Belo e em 2002 para o de Indianópolis. Neste novo espaço foi criado em 2003, especialmente para os pacientes, um Centro de Convivência, onde são ministrados cursos de artesanato, idiomas, pinturas, teatro e outros. O Centro de Neuroreabilitação foi ampliado, em virtude do crescimento da demanda de pacientes. O número de registro de atendimentos (dentro e fora da sede, inclusive por telefone, carta e e-mail) em 2002, foi de 7.454, em 2004 praticamente dobrou para 14.850. Em 11 de maio de 2006 foi sancionada a Lei Federal nº 11.303/2006 que instituiu o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. Em 2000, a organização iniciou seu processo de certificação, com base na norma ISO 9001. Certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade baseado na norma ISO 9001 foi mantida em ABEM até 2010.

 

 

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É curioso saber que razões levaram os fundadores da ABEM a idealizarem uma flor, em especial a margarida, para ser o símbolo da associação.

Essa despretensiosa flor é associada à simplicidade e beleza da pérola. A margarida branca representa sentimentos compartilhados de afeto. Faz alusão a atitudes relacionadas com a tenacidade e com a força de vontade, características próprias de pessoas que se sacrificam ao extremo quando têm convicção de que há uma razão para isto.

Este é o espírito da ABEM! Descobrimos aí um dos motivos do logotipo, símbolo da ABEM. Talvez alguns de vocês não saibam, mas a fundadora da ABEM, Ana Maria Levy, retrata bem essas qualidades. Foi uma batalhadora incansável da causa da esclerose múltipla e é exemplo para os seus seguidores.

Reparem a flor! Tem formato de roda. O que lembra a roda? A cadeira de rodas?! Roda que gira… gira com fé, em busca de convivência, de afeto, de respeito, de esperança, de tudo o que possa fazer feliz. Esse é o nosso portador! Aquele que nunca desiste! E tem mais, a roda em movimento circula informações e orientações entre as associadas e os vários grupos de portadores de EM espalhados em nosso país.
A ABEM é uma margarida, tem tudo a ver com a flor – um olho atento, uma roda que gira o bem-me-quer, mal-me-quer (hoje se paga as contas, amanhã não)! Está “sempre viva” e acolhendo em seu regaço os que procuram lenitivo para suas desesperanças.

Tudo começou com um encontro de portadores à porta de um teatro. Bendita peça “Dueto para um só”, que converteu aqueles encontros na ABEM de hoje. Somos testemunhas da concretização do sonho de uns poucos, transformado na realidade de muitos e agradecemos a Deus por continuarmos nesta luta de fé e esperança.