Pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) descobriram que os familiares de pacientes com doenças crônicas, como câncer, derrame, diabete, deficiências auditivas e visuais e males do coração, podem sofrer mais do que o próprio doente. Para chegar a esse resultado, a psicóloga Maria Augusta Silva Rosa, responsável pelo estudo, entrevistou cem pacientes e seus respectivos acompanhantes, por meio de um questionário, que abordava os aspectos social, ambiental e de qualidade de vida. Os doentes encontravam-se internados em hospital.
Para o “Jornal da USP”, Maria Augusta afirmou que os sintomas apresentados pelos familiares surgem devido às mudanças e adaptações que a família faz para atender às necessidades do adoecido.
“Para acompanhar o paciente, o familiar precisa deixar de realizar algumas atividades, e a família necessita adaptar-se a condições do ambiente que dão mais conforto ao paciente, mas geram incômodo para os não doentes”, disse a psicóloga. Ela ainda constatou altos níveis de ansiedade e depressão nos parentes dos doentes.
O estudo ainda avaliou o impacto da espiritualidade no bem-estar das famílias. Naquelas em que religiosidade e crenças pessoais eram mais presentes, o sofrimento era encarado de forma mais positiva.
Maria Augusta afirmou para o “Jornal da USP” que a realidade do sofrimento familiar sugere que sejam pensadas políticas públicas e estratégias de intervenções que considerem também a família e não só o paciente de doença crônica.
Fonte: UOL