Escolhendo o que é melhor pra mim!

Oi! Acho que tem muita gente que já me conhece na ABEM, o que eu não tenho tanta certeza é se todo mundo sabe que eu sou jornalista (aposentada). Por isso a Regina vivia me convidando para escrever para o blog, mas eu tinha uma pre-gui-ça… Agora que assumi este compromisso, eu gostaria de compartilhar com vocês como eu lido, já por mais de 40 anos, com a esclerose múltipla (apesar de o diagnóstico ter sido feito 25 anos atrás). Não vai ser surpresa para ninguém eu dizer que eu já tive que driblar vários sintomas (surdez, problemas com a visão…) e, assim como acontece com praticamente todos os portadores, continuo enfrentando muitas limitações e dificuldades. Mas, o que eu quero contar é que, no decorrer de todo este processo, eu fui percebendo que a minha melhora, ou piora, física e de qualidade de vida, dependiam muito das escolhas que eu fazia para a mim.

Seguem alguns exemplos:

Em 1997, eu optei por trabalhar numa empresa cujas instalações eram gigantescas, espalhadas em três andares, sendo que eu tinha que percorrer quase todos eles diariamente. É claro que não poderia ter dado certo. Foi um período de uma fadiga e tanto!

Também cheguei a abrir mão de relações que me causavam muito stress e, com isso, interferiam muito no meu equilíbrio emocional. Como era difícil!

Hoje a minha vida está mais tranquila. A doença parece controlada, moro sozinha e tenho uma vida social bastante ativa com meus amigos.

Bom, eu sei que nada é fácil e ninguém tem a receita para tudo dar certo, mas continuo acreditando que se eu puser em tudo o que eu faço toda força de pensamento e coragem que já demonstrei nesses anos todos de convívio com a doença, eu vou sempre poder ter a esperança de dias melhores. Já não passo todos os meus dias sofrendo, me remoendo e pensando sobre a doença. Agora, sei lidar melhor com ela. Consigo distinguir mais facilmente o que eu quero e posso fazer, e aí eu corro atrás, e também perceber o que eu quero, mas não posso fazer, e aceitar sem tanto stress, sem tanta decepção, focando somente na minha qualidade de vida.

Para finalizar, eu gostaria de propor a cada um de nós a seguinte reflexão: até quando eu tenho que me sentir uma vítima por ter esclerose múltipla? É assim que tem que ser só porque eu tenho uma doença que não tem cura? Este pode ser um tema para outra conversa, certo?

A gente se vê na ABEM!

Val