E AGORA? – Blog da Daniela

Fui diagnosticada com esclerose múltipla há oito anos e meio atrás. Foi aterrorizante. Procurei um neurologista que atendia pelo meu plano de saúde parecia um médico bastante experiente, mais velho. Contei a ele todo o meu drama, levei os exames que já havia feito. Ele pediu que eu caminhasse pelo consultório de olhos abertos, depois de olhos fechados, pediu que abrisse os braços, tocasse a ponta do nariz, tentasse andar em linha reta. Ele percebeu as minhas dificuldades e falou: você está com ataxia, que pode se causada por algum tumor no cérebro, esclerose múltipla, algum tipo de esquemia, etc.

Ouvi tudo isso e fiquei bastante assustada, ele pediu um exame de ressonância magnética, pois seria o único exame que conseguiria mostrar o que estaria causando a ataxia. Sai do consultório atordoada, qualquer das possibilidades era assustadora. Pesquisei na internet e fiquei mais assustada e apreensiva ainda.

Enfim, fiz o exame, é lógico, antes de retornar ao médico abri o exame, li a conclusão que apontava para esclerose múltipla. Procurei novamente na internet o que significava isso, descobri que era uma doença degenerativa e não tinha cura.

Já me imaginei inválida e numa cadeira de rodas. Retornei ao neuro, que me disse o que eu já havia lido, mas disse que apesar de não ter cura, fazendo o tratamento correto, ficaria muito bem e teria uma vida normal. A primeira pergunta que fiz a ele, era se poderia ter filhos, pois, ainda era um desejo meu, ele respondeu que poderia até ter se quisesse. Só não me aconselhava ter mais do que seis pois dava muito trabalho, e riu.

Ouvi tudo isso, mas não fiquei muito aliviada, pois o próprio médico disse que não era a especialidade dele e me sugeriu que procurasse a ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. Considerei tudo isso, como se ele estivesse abrindo mão do meu caso, ou até mesmo que acreditasse que não teria muito jeito.

Fiquei apavorada, procurei a ABEM, que disse que eles me dariam todo o apoio, mas que eu precisaria do acompanhamento de um neuro, que indicasse qual o medicamento e o tratamento correto, coisa que o primeiro médico não fez. Sem saber o que fazer e não havendo opções de neurologistas no plano de saúde, pedi que meu pai entrasse em contato com um amigo cardiologista dele, que indicasse um neurologista de confiança.

Consegui o neurologista passei por ele naquele momento e comecei o tratamento com ele e faço com o mesmo até hoje. E também estou na ABEM.

Desse processo inicial confesso que fiquei desesperada, até pensei em suicídio, mas consegui superar e me reinventar, a ordem é essa reinventar, todo dia e a ABEM ajuda muito nesta parte.
Tenho até uma linda garotinha de quatro anos, saudável, que é minha vida e minha força, mas conversaremos mais sobre isso depois.
Até mais…

Daniela Fernandes

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Daniela Fernandes de Souza, advogada, formada pela Faculdade de Direito de São Bernardo do São Bernardo Campo, em 1999, Sempre trabalhou na área de Direito Público. Está diagnosticada com Esclerose Múltipla há oito anos.
É mãe de uma linda garotinha Ana Clara de Souza Fenelon Machado de quatro anos.
Esta aposentada por invalidez desde janeiro de 2016. Seu último emprego foi na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo na Secretaria de Trânsito. Escreveu um livro autobiográfico lançado em outubro de 2015 – “Eu, A Esclerose Mútipla e a Vida”,