O valor de pequenas coisas

Pentear meu  cabelo; besteira. Por opção (sou um ser descabelado) ou por incapacidade. Mas, só será possível se você puder combinar habilidades símias de coordenação e força; só será possível se ainda existirem cabelos… Tomar banho: uma luta, há que tirar a roupa, tarefa ingrata, caminhar ao chuveiro, regular água e temperatura. Sentar (antes eu não tomava banho sentada), passar shampoo, quando a tampa do vasilhame não briga com você , esfregar a cabeça, pegar o sabonete (se ele não escorregar para debaixo do banco e você conseguir pegá-lo). Tentar lavar os dedos dos pés, o corpo, as orelhas, os detalhes das orelhas sujas. Termino enfim, agora enxugar o corpo. Ai que cansaço; e a gente achava que era besteira, prazer ou obrigação. Comer em cinco minutos cada garfada  é um sucesso.  Nem para apreciar o sabor da comida; mastigar. Cada coisa boba você fala. Uma amiga falou em maquiagem. O que quero dizer: é que basta não conseguir fazer, não poder fazer. Falar e pronunciar as palavras claramente; tomar fôlego é tão básico, tão simples. E eu não dava valor às pequenas coisas que fazia. Havia dores de outrem porque para mim era fácil. Tirava “com o pé nas costas” a maioria das coisas; o desprezo continuava. E o mundo foi girando nas patas do meu cavalo… O valor mudou. Coisas pequenas se tornaram grandes desafios e conquistas. Por isso amigo (a) a vida é relativa, o que desejamos se torna dinâmico, o ideal é só um desejo ou sonho. Antes que eu me perca em elucubrações transcendentais, gostaria de deixar algumas palavras ao cientista e ser humano Stephen Hawking, físico, cujas teorias não entendo muito, mas me esforço para entender. Queria homenagear todos cientistas  que conseguem partilhar conosco pobres mortais sua dedicação e também gostaria de dizer que as palavras não são minhas, foi um trecho que achei belo e transcrevi mais  abaixo. Três anos de vida eram o prognóstico para Hawking, trabalhou 30 anos como catedrático da Universidade de Cambridge, é comparado a Einstein e Newton, como personalidade da ciência. -Você acha pouco, quer mais? Amigo (a) arregace as mangas, o nosso obstáculo é a mente não o corpo. Paradoxo Hawking “Eis o paradoxo Hawking: a ciência em sua realização mais estratosférica que contrariando os prognósticos, soube retornar ao chão da humanidade para com ela compartilhar as belezas intrigantes que o pensamento produz.” O paradoxo Hawking- editorial Folha de São Paulo  – 16/03/2018 Pense no valor das coisas pequenas que você faz….

Duas considerações

Consideração um -projeto conscientizaCAO Minha amiga tem um projeto de conscientizaCAO. Assim mesmo, com letra maiúscula mesmo , de CÃO. Vou detalhar depois a essência dele. A ideia é mais profunda mesmo. Não adianta sentir pena dos pobres animais, dizer que ama de paixão, que simpatiza. É preciso conhecer para abraçar uma causa. Fiquei pensando, por que o nome conscientizaCAO? Por que projeto? Projeto porque penso sempre em construção, sempre em aperfeiçoamento, porque se têm planos e diretivas para ele. Conscientização  é o ato de tornar consciente, ou seja, informar alguém ou receber uma informação a respeito de determinado assunto, por exemplo. A conscientização consiste na ação de tomar conhecimento de algo, sendo que a partir de então, hábitos e atitudes poderão ser alterados para que possam se ajustar à nova realidade conhecida. Entre alguns dos principais sinônimos de conscientização estão: informação, percepção, alcance, compreensão, descortino, antevisão e mentalização. Tão importante é a conscientização, para conseguirmos os objetivos; mas quão inglório o processo. Quanta luta, no caso dela pela proteção  do animalzinho e castração, quanta luta para alcançar a mente e coração das pessoas. Luta que passa pela informação, reflexão e ação do conscientizado. Conscientizar é possibilitar a escolha, é informar, dispor para meditar, num estado de entendimento. Conscientizar é formar. Conscientizar é prever. Já pensou que toda pessoa pode fazer isso? Até nós, os quebradinhos.   Consideração dois – a surpresa Às vezes , na vida surgem surpresas, fatos que não esperamos; fatos  que aparecem para nossa alegria ou tristeza. Penso o seguinte: não adianta ficar matutando, ruminando em pensamentos sobre o que aconteceu, aquelas perguntas, o que fiz de errado Na maioria das vezes, enchemo- nos de preocupação e gastrite. A resposta, está no desfoque da situação, nosso foco está falhando. E além do que só podemos compreender uma situação, sobre nossa condição humana limitada; por isso, às vezes não nos compete descobrir razões, mas apenas saber lidar com a situação.   Vamos sair de nossa história de vidinha comodista. Conscientizar-se no trânsito, conscientização sobre os animais, sobre o ambiente, sobre a doença. Não seja tão quebradinho, alguma cidadania podemos exercer, e se a vida vier de assalto, lute para conscientizar e afastar essas situações surpresa. A vida prega peças, mas sem elas, que graça teria?   “Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão” Antoine  de Saint-Exupéry

Refletir e viajar

Falo a verdade quando digo que não gosto de viajar; não gosto mesmo, mas gostei de ter viajado agora. Gostaria como sempre de fazer algumas reflexões a respeito como “quebradinha” cadeirante. Nunca fico entusiasmada para viajar, mas me propus a uma “aventura “. Claro, tive apoio desde o começo, da minha turma de viagem, minha mãe e minha irmã. Apoio quer dizer financeiro, logístico, humano para tudo. Explico logístico, eu sozinha não consigo administrar passagem de avião, translados, hotéis. Porém, esse meu desamparo, julgo que seja devido à falta de experiência em viagens, bobeira e talvez até do fato de negar a viagem. O que me angustia com uma força maior é a insegurança, o fato de não saber o que esperar. Por isso que reforço minha expectativa de “aventura” Embarquei com o auxílio cadeirante da empresa aérea,  a cadeira foi até a porta do avião, mas no “check in” me colocaram no fim do avião,  a entrada do avião era pela frente, e pensei: como vou chegar lá? Devo voar, ou pensar na minha capacidade de abdução e levitar até lá? Minha turma deu um jeito no “check in”, para ficar mais para frente, mas tive que caminhar com minhas pernas titubeantes e o apoio de minha irmã.  Aventura, pensei, é uma aventura. No hotel, todos super atenciosos, tínhamos um quarto acessível, espaçoso, podia caminhar de cadeira, entre as camas e no banheiro. Fomos dar um passeio ao redor, conhecer as vizinhanças, comer algo. Aí começou nossas  desventuras para atravessar as ruas; imensas valas por onde corria água, ao lado do meio fio da calçada. As rampas para a cadeira, esburacadas, ou cheias de saliências de cimento. As ruas, nem comento,  com buracos, construções que me obrigaram andar no meio dos carros. Não muito diferente de Sampa, mas é que eu tinha lido em vários locais que a cidade era acessível; e eu bobinha acreditei. Afinal pensei, acessível para quem? Encontrei pessoas que também se propunham a ajudar nos buracos para atravessar as calçadas e também pessoinhas que estacionavam suas motos nas rampas das cadeiras e na faixa de pedestre, pessoinhas que viam as dificuldades da minha irmã com a cadeira e se limitavam a olhar. Tenho impressão que a acessibilidade é uma opção muito cara,  e, pior que isso é amadora. Às vezes, ela só existe porque há muita gente de boa vontade que faz acontecer. Ver paisagens maravilhosas da natureza  e não poder desfrutar, traz dois pensamentos, primeiro: achar que nossa experiência tem que ser de desfrute, não de admiração ou de interação; segundo que  somos uma carcaça velha com limitações. A beleza faz sofrer e, infelizmente, faz com que a gente tenha pena de si mesmo. Não, não estou triste; estou agradecida à minha mãe e à irmã que me ajudaram; ao exército de pessoas desconhecidas que muito solicitas se compadeceram não por pena, mas por humanidade e carregaram a cadeira literalmente. Estou desejosa de que no futuro próximo a inclusão não seja apenas boa vontade, mas fruto de planejamento e investimento. Vontade política e a empatia de colocar-se na pele de um cadeirante ou de quem esta ao seu lado. Viajar, vamos acreditar por enquanto que é uma aventura…

Celulares

Como o vício em celulares acaba com nossa educação   Não é para plagiar um texto, é pela importância do assunto que vamos tratar. Quem já não foi interrompido pelo seu interlocutor, para que ele verificasse suas mensagens  de zapzap? Às vezes sem graça, ele pede desculpas; é algo importante do qual ele precisa se integrar, mas na maioria das vezes, não é algo tão importante, como uma charge besta e ele passa num anacoluto a não prestar atenção a você. Os modos e a educação ficaram onde? Derivamos para nós, verdadeiros pescoços de “WhatsApp” , de SMS; um encurvamento da coluna cervical, um problema para médicos e fisioterapeutas. Não é um problema só dos jovens, é incorporado, aprendido, copiado e repetido em boa parte por imitação aos adultos. É um problema de saúde pública, já que lesões demandarão do serviço médico  sua atenção. É um problema de educação, de saber como comportar-se socialmente. Quando um celular da um aviso, nem dos damos o trabalho de responder alô; contribuímos com a distribuição de milhões de “emojis”. Nossa empatia despenca e o narcisismo escapa ao controle, com efeito sobre o desenvolvimento emocional, e a saúde e confiança, sempre que abaixamos nossas cabeças como avestruzes humanos. Até posso parecer inimiga da tecnologia, mas quem me conhece, sabe que sou totalmente a favor das novas tecnologias e o fato delas nos facilitarem a vida. Eu combato o excesso, a falta de modos (educação), a nossa falta de responsabilidade na sustentabilidade do planeta Terra. Você já pensou que o funcionamento do  Smartphone tem um gasto de recursos ambientais? Ou você pensa que carregar o telefone só depende da tomada e do carregador? Bom senso é  perfeito, pense duas vezes antes de pegar seu celular Não estou aqui para  lhe dizer: jogue seu smartphone fora ou saia das redes sociais. A solução mais simples para o problema é  aquela que a Bíblia propõe: trate os outros como você gostaria de ser tratado. Incentivar o diálogo sem ignorar os amigos digitais. Velhos ou jovens estamos em teste. Etiqueta, bons modos, linguagem corporal, a maneira pela qual interagimos- tudo está mudando. Estamos abrindo mão de toda uma vida que acontece a 90 graus acima de nossos celulares. Comece a olhar para cima. “Jamais seja a primeira pessoa no  grupo a pegar o celular,não seja o paciente zero” Henry Alford   Adaptado de: Como o vício em celular acaba com os bons modos –  Andam Popescu traduzido do “New York Times” Folha de São Paulo -Folha de São Paulo- 30 de janeiro 2018

São Paulo

Lá na lataria velha da minha cachola, fiz um texto sobre a cidade de São Paulo. Enalteceria sua vocação de mãe acolhedora da mistura de muitas gentes, raças, cores, sotaques, hábitos? Ou de uma madrasta  que escolhe pela força do trabalho os selecionados pra desfrutar seus bens? Falaria de sua fundação remota ou de um sacerdote que começou uma vila? Discorreria como a música sobre sua garoa, esquecida nos múltiplos climas num dia aos quais os paulistanos se acostumam, com seus guarda-chuvas, blusas de frio e efeitos cebolas? Enfrentaria as periferias sórdidas de pobreza e mal estar? Descansaria em seus parques cujo verde se esconde atrás do cinza das construções e poluição? Andaria de ônibus, metrô  e trem no passo apertado do dia a dia? Deixaria me levar pela corrente incessante do tempo, da velocidade que faz a regra dessa cidade? Iria a shows, assistiria filmes que só passam aqui, comeria nos mais altos restaurantes estrelados e também comeria o prato do dia no barzinho lá da esquina ? E passando por tudo isso me julgaria paulistana e com ousadia escreveria sobre sampa, sempre sampa? Oh meu, tá de graça comigo? Eu só falaria paulistanês? E talvez a graça da leitura, esteja na poesia concreta de suas esquinas, na deselegância de suas meninas..”

Ano Novo II

E ele veio sorrateiro, invadindo a roda de amigos, as guerras políticas e as famílias reunidas. Chegou sensacional e pomposo, cheio de ideias e planos. E ele veio devagarinho na lentidão do tic-tac dos relógios, veio na noite escura quente ou gélida, chuvosa ou limpa… Veio aos corações atribulados com romances perdidos e nos calmos. Ele estranhamente pegou a mão da moça tímida, da velha inclinada, da criança cheia de crenças, do homem com seu temível trabalho. Dividiu-se em esperanças e planos, muitas ideias e projetos, no desespero mudo do suicida. Veio aclamado em gritos lamuriantes, desesperados, em canções harmoniosas de louvores e salvação. Chegou e agora já é passado; engrenagem reticente do tempo. Ele tornou-se presente e de repente já era passado…. No tempo em que dividimos racionalmente ou sentimos emocionalmente. Ele é matéria a ser trabalhada pelo jornalista e manchete de dias atrás. Ele chegou e já está partindo, corra para pegar esse trem, amanhã já será depois do ano novo. Ele é a oportunidade de transformar ou manter aquilo que nos foi dado. A única oportunidade de tempo, o ano novo, presente-futuro que é nos dada na nossa pequenez é infinita inocência. Chegou como presente, invadiu os corações alheios e atentos à sua chegada, chegou para vivê-lo intensamente. Por isso, viva-o; é todo seu e só seu…  

Desejo de um ano novo

Quero um ano novo que se dissipe no infinito, cheio de graça e infortúnios. Quero um ano novo igual a esse, mas diferente. Quero nele, a capacidade e a oportunidade de fazer diferente. Aos quebradinhos, quero um ano novo, onde todos tenham soluções para seu diagnóstico, medicamentos e conhecimento. Desejo também rampas e calcadas onde se consegue andar. Aos pobres de qualquer tipo, quer seja de dinheiro, sabedoria, amor, generosidade ou espírito: a oportunidade  de se tornarem ricos. Aos ricos o voto de pobreza, de partilha. Às mulheres  e aos homens desejo a realização, seja como pais, profissionais e pessoas. Aos filhos a superação de obstáculos e o sonho inacabado. Ao idoso, uma consciência tranquila, um sonho. Aos animais, plantas e outros seres vivos: a continuidade. Ao planeta Terra: saúde À guerra desejo um final não apoteótico. À paz: resiliência Aos nossos sonhos desejo mais um ano de liberdade Aos estudantes: o sucesso. As nossas ambições: a cautela Ao nosso país desejo um ano de Brasil, de desenvolvimento, sustentabilidade e equidade. Aos meus  amigos mais um ano em que possamos dividir a nossa vida. Aos que leem esse texto, um ano novo em que valha a pena ler. A todos, um ano em que a pena por tentar e arriscar fazer um ano novo:um momento  feliz.   “Para ganhar um Ano Novo Que mereça , este nome, você , meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil. Mas tente experimente, consciente. É  dentro de você que o Ano Novo  cochila e espera sempre.” Carlos Drummond de Andrade

Gratuidade

Temos noção disso? Ou só supomos que sabemos qual o conceito?  Primeiro conceito: condição ou estado do que é oferecido de graça; segundo conceito: condição do que é espontâneo ou injustificado. Quantas opções há de gratuidade? De oferecer e receber. A gratuidade do Estado que é oferecida de graça, não é totalmente “free”, ela tem um custo embutido: diria que pode ser gratuito para você, mas tem uma legião de pessoas que “gastaram” para que se estabeleça sua gratuidade. Chamo isso da lei da reciprocidade. Explico, com um exemplo, o serviço de saúde é assegurado pelo Sistema SUS , que é universal. Mas você já parou para pensar que ele não é tão de graça assim; sem me prender a discussões políticas, ou na questão se o Sistema deve ser de graça ou não, quero apenas uma reflexão de todos; nada é de graça, há um custo envolvido humano e material, ou você pensa que num passe de mágica aparecem os  médicos, dentistas e tantos profissionais mais? A gaze e o esparadrapo se materializam do ar?  Há um custo em tudo. Imposto? Talvez. Há uma reciprocidade nisso? Sabemos receber essa “gratuidade”? Como só penso em despertar reflexões, fica a dica: o que é gratuito? Gratuidade também é quando recebemos injustificadamente, sem mérito, de graça. São dois lados da gratuidade, o custo e o mérito. Será que merecemos o que é de graça? Será que pensamos em tudo isso, quando recebemos um serviço gratuito. O atendimento, o voluntariado; por acaso é dever deles ofertar um tempo das suas vidas para nos? Merecemos gratuidades?. É isso aí. Paremos e questionemos, é de graça? Como assim? “A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.” Mario Quintana  

A preguiça

O pior de tudo é a preguiça de começar alguma coisa; sei lá se é preguiça ou é cansaço. Como já falei sobre o cansaço, só me restou falar sobre a preguiça. Para falar desse tema, temos que falar de acomodação e vejam bem, não falo de adaptação. Adaptação é o que nos faz viver e nos torna, falando em termos biológicos, uma espécie bem sucedida. Ao longo dos anos, muitos anos, a seleção natural “correu” atrás de nós tentando nos “pegar” e a espécie humana está aqui , firme e forte. Aos biólogos, peço desculpas pelo meu determinismo e linguagem, mas achei que devia colocar esse ponto de vista. Adaptação,  também é quando enfrentamos situações novas, por exemplo, uma doença ou perda de emprego, uma adversidade e, resolvemos com novas estratégias essa situação inédita. A nossa capacidade de adaptação é que nos leva a evoluir e ser bem sucedidos. Melhor a nossa capacidade de adaptação é que nos  permite viver. Quero falar em nome de um cidadão comum que se encontra em uma situação de desemprego; ele adapta seus gastos à nova situação financeira.  Ou em nome de um quebradinho, que tem que enfrentar a situação de uma perna que se arrasta, e que passa usar um andador para caminhar. São essas estratégias que permitem a nos vivermos. Agora, acomodação, tem sentido como aceitação. Acomodação a uma nova situação  necessita de aceitação; e, para aceitar precisamos analisar e pensar de como vamos continuar a viver, com a perna arrastando ou desempregados, isso é estratégia. Aí, é que entra a nossa preguiça, preguiça de pensar, preguiça de sair da situação nova numa “boa”, preguiça de aceitar; preguiça de termos nossas próprias ideias, de ouvir e sorrir na nossa situação. Sim, sorrir, dar risada, da própria vida. O sorriso é a solução, o remédio para ferida evolutiva que nos impregna para a vida.  

Sofrer

Agradeço a todos pela solidariedade que prestaram a mim, lendo e refletindo o texto passado. Este aqui é mais uma reflexão, um eco dos menus pensamentos. Desculpem o momento para mim não é bom. Vago por caminhos escuros e confusos, escrever me ajuda e fortalece o sentido de aprender. Todos nós, já tivemos momentos ruins, dos quais gostaríamos de esquecer. Um relacionamento que não deu certo, uma frustração no trabalho, uma palavra mal colocada e ofensiva, uma doença , um sonho de futuro e a lista assim vai… Entretanto, temos que focar naquilo que TEMOS, não naquilo que NÃO TEMOS. Nesses anos  de convivência com vocês: amigos e conhecidos, com a família humana; aprendemos que o sofrimento é comum, e nos torna pertencentes a um grupo. Explico melhor, esse é um sentimento, gregário, de grupo, que é compartilhado por nós todos, estranhos no seu próprio ninho. Sofrer, seja lá qual for o motivo, é um ato comum, no qual cada um acha um meio de enfrentar. Uns viajam, passeiam, descobrem no lazer seu curativo. Outros trabalham e  se entretém com tarefas diversas. Uns se dedicam às orações, a uma força superior. Não importa bem, como todos acham um jeito de lutar nas situações difíceis e frustrantes… Se o sentimento de tristeza é nosso, também a estratégia de luta de cada um é nossa. Aos trancos e barrancos conseguimos nos safar da angústia. Quebradinhos ou não, temos nossas lutas, vitórias e derrotas. O importante é continuar lutando, usar a cabeça que temos para pensar em soluções racionais e o coração para amar o próximo e a si mesmo. Desculpem esse desabafo-reflexão, mas é o que consegui escrever para hoje… Como disse o poeta Carlos Drummond de Andrade, sabiamente, a  dor é inevitável, mas o sofrimento é uma opção para a humanidade.