Mãe e Mulher

Mãe e mulher. Esta é uma experiência de vida. Não é ficcional. Eu admiro muito minha mãe , mulher forte e lutadora. Tudo começou em Portugal onde ela nasceu; veio com 8 anos de navio para o Brasil Não é por ser minha mãe, mas por ser uma mulher de tirar o chapéu. Estudou muito e fez faculdade, coisa inédita em sua família. E meu avô avançado para época, permitiu que ela estudasse sem trabalhar, quando o resto da família achava que ela tinha que ser costureira. Não quero desmerecer aqui nenhuma costureira, só quero dar importância ao Ensino Superior em uma época, em que não era comum, mulheres frequentarem uma faculdade. Na labuta do dia a dia, o dinheiro não veio fácil, meu avô até faxina de prédio fez, como os imigrantes faziam para ter uma renda para suas necessidades. Minha avó outra mulher que admiro, passava e engomava as camisas do maestro do teatro municipal. Lembro pouco dela; morreu cedo lutando contra um câncer. Mas voltando à minha mãe- ela se dedicou à carreira acadêmica e mais ainda à docência; foram gerações, que passaram pelo seu olhar atento e dedicação de quarenta anos. No seu trabalho enfrentou preconceitos por ser mulher, a frase de advertência era: “Mariazinha não vá engravidar” Foram inúmeros alunos pós-graduandos que passaram por suas mãos, e que hoje ocupam cargos de professores universitários. O dom de ensinar era sua estrela guia. Conseguiu se reerguer depois de sua aposentadoria quando muita gente entrega-se de corpo e alma a vadiar. Dedicou-se  ao curso: “ a arte de envelhecer” para a terceira idade. E na hora em que estávamos mais necessitados economicamente, assumiu as aulas em outra universidade. Cada mulher é uma caixinha de surpresa; ela também. Ela agora se tornou minha cuidadora:- quero agradecer, porque eu como mulher portadora de esclerose múltipla era uma pessoa deprimida e tinha meus demônios  com quem lidar, . Minha mãe me atende em minhas necessidades : quando caio é a mão que me ergue; quando me machuco, me ampara. Nunca desistiu; e olha que dou trabalho, sou teimosa.. Para mim, ser mulher, é um símbolo de resistência: -quem pode dar à luz e no dia seguinte estar no tanque lavando fraldas de outras três crianças, minhas irmãs? Sei que para meu pai, não deve ter sido fácil, “era o bendito entre as mulheres” : quatro mulheres na adolescência, fortes de gênio Mas estamos aqui- unidas pela minha mãe, ela quer sempre a família unida. Ela é  hoje cuidadora de uma filha com ESCLEROSE Multipla, ela nunca imaginou isso, às vezes a tristeza bate Mas ela é forte, é mulher. Juntas, somos mais fortes “…Além disso, a vantagem feminina também se manifesta na menor prevalências e nos melhores resultados de diversas doenças infecciosas; de fato. diferenças inatas e adaptativas do sistema imunológico entre os sexos, e a favor das mulheres já estão bem documentadas” (The  Better Half: on The Genetic superiority of Womem, Sarin Moalen citada por Cecilia Machado – Ser homen é fator de risco para Covid. Folha de São Paulo 02/03/21

Quem é você?

A doença torna os homens mais físicos, priva -os de tudo que não seja corpo. O corpo inteiro se transforma no mundo inteiro, e o lado de fora esvaziado  de  sentido até que “todos os dias” viram “o mesmo dia se repetindo”  Thomás Mann, citado por Sérgio Rodrigues Ideia fixa também é uma doença. Folha de São Paulo 20/08/20   Aos quebradinhos e não quebradinhos, não somos uma doença, somente temos uma doença.   O que somos? Apreciadores da beleza e amadores da vida . Só apreciadores ou agentes ? Humanos pela tradição biológica; seres organizados  e sobreviventes num mundo competitivo e de adaptações. Somos vencedores na nossa sina biológica. Lutadores no nosso direito de sobreviver, num mundo não tão aprazível às nossas dificuldades. Quem somos nós? Humanos na qualidade de um cérebro especial, capaz de pensamentos e sentimentos complexos Temos expectativas, sonhos, fazemos o possível para instrumentalizar nossas esperanças de um mundo melhor e mais justo, para os doentes e os diferentes, para todos. O sonho da vida coletiva bem administrada é o sonho da política. Somos seres políticos nesse sentido. Somos cidadãos de uma pátria esquecida maior: o planeta Terra. Somos responsabilizados pelos recursos que teremos na viagem da vida. Responsáveis pela água, pelos seres vivos, pelos recursos doa quais dispomos, tão, negligenciamente. Somos responsáveis uns pelos outros. Como na obra do “Pequeno Príncipe” você é eternamente responsável pelo que cativa. Se você esqueceu tudo isso porque sua dor é física, sinto muito. Há tantas coisas a mais para pensar além do fato de estarmos doentes. Não faça de sua doença uma obsessão; de tantos olharmos para um lado o abismo nos consumirá , citando Nieztsche nos tornaremos assim doentes. Somente e só. Acredito, que quem você é, seja muito mais que isso. Afinal, quem você é?

A Esclerose Múltipla e a internet.

Internet é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um conjunto próprio de protocolos(Internet Protocol Suite ou TCP/IP) com o propósito de servir progressivamente usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que[2] consiste de milhões de empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas. A internet traz [3]uma extensa gama de recursos de informação e serviços, tais como os documentos inter-relacionados de hipertextos da World Wide Web (WWW), redes ponto-a-ponto (peer-to-peer) e infraestrutura de apoio a correio eletrônico (e-mails). As origens da internet remontam a uma pesquisa encomendada pelo governo dos Estados Unidos na década de 1960 para construir uma[4]forma de comunicação robusta e sem falhas através de redes de computadores. Embora este trabalho, juntamente com [5]projetos no Reino Unido e na França, tenha levado a criação de redes precursoras importantes, ele não criou a internet. Não há consenso sobre a data exata em que a internet moderna surgiu, mas foi em algum momento em meados da década de 1980. Os termos internet e World Wide Web são frequentemente usados como sinônimos na linguagem corrente, é comum falar-se de “navegar na internet”, em referências ao navegador web para exibir páginas web. No entanto, a internet é uma rede mundial de computadores especial conectando milhões de dispositivos de computação, enquanto a World Wide Web é apenas um dos muitos serviços que funcionam dentro da internet. A Web é uma coleção de documentos interligados (páginas web) e outros recursos da internet, ligadas por hiperlinks e URLs.  https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Internet acesso dia 23 de julho de 2020 A internet dessa maneira nos permitiu a utilização de buscadores como por exemplo o Google A existência da internet evocou o aparecimento de uma nova cultura, um novo comércio. Quando você recebe o diagnóstico de Esclerose Multipla, além do desespero por ter uma doença com nome quase palavrão, você pensa que é doença de velho, e você recorre ao Dr Google. Lá você encontra todo tipo de estória, em geral aterradora, será que eu  vou deixar de andar-? Meu destino  é a cadeira de rodas?  Mas essa é a informação correta? A internet é uma benção e uma praga. Uma faca de dois gumes,  e como tudo, depende do seu uso. Não é só para os “quebradinhos”, mas para todos nós. É que a característica que nos faz diferente dos outros “serumanos”, evoca-nos a “futucar a  Internet. A proposta de estarmos ligados às outras pessoas, ou pelo menos de estarmos mais perto, nos atrai, já que algumas vezes estamos distantes pela impossibilidade  de caminhar por exemplo. A internet nos permite saber quais os novos tratamentos disponíveis, permite ter uma teleconsulta, permite dividir esperanças , incertezas e desafios. Digo que é uma “faca de dois gumes“ porque tem um aspecto dual, comum a toda existência, entre o que faz bem e o que faz mal. Muitas informações são “fake news”, então como separar o “joio do trigo”? Como ja disse em outros textos você precisa ter bom senso, ter referências de sua informação científica, se for notícia médica; a garantia não pode ser a pessoa. Instituições de renome são um bom começo de credibilidade. A internet também pode  auxiliar em reabilitação com aulas on-line de fisioterapia. Os games são muito utilizados em  neuroreabilitacao Nas lives podemos interagir e acho que esse é o grande segredo da internet: a interação Não estamos sozinhos pertencemos a uma aldeia global Podemos falar com amigos, e/ou  profissionais; a distância está superada. Infelizmente, fofocas de vizinhos ou não, foram  pela internet; o culto à exposição também, interesses comerciais  são expostos, o consumo é uma escolha e  uma oportunidade.   O problema é : a maioria  dos “quebradinhos” quer a cura, não o tratamento; e  fica mais suscetível ao engodo Informação é bom, mas tudo que é de mais faz mal. Nosso cérebro tem uma capacidade limitada de absorver informações. E ainda temos o viés de informações; explico, é mais fácil absorver informações que estão de acordo com nossas crenças. O diferente traz desconforto e dá trabalho para verificar se a alternativa  é verdadeira. Aos “quebradinhos” , quero dizer, somos tão iguais quanto todos outros seres humanos, em relação à internet. Temos que tomar cuidado com nossa curiosidade quase mórbida na informação. Mas isso, não é só um recado para nós mesmos, é um recado  para todos; nós devemos ser alfabetizados em internet e seus caminhos e descaminhos   “Formar opinião na Internet não é tarefa fácil. O acesso democratizado às plataformas digitais permite que qualquer um de nós exponha um pensamento ou opinião na rede. O que não se mede, em alguns casos, é a repercussão – positiva ou negativa – do que essa atitude pode causar à vida de quem lê o tal ‘post’.   Os blogs representam hoje uma fonte de comunicação e acolhimento para pacientes, familiares e cuidadores de pessoas com as mais diversas doenças. No entanto, blogueiros e ativistas das redes sociais em saúde, necessitam, em geral, de meios para conhecer a importância de seu engajamento como influenciadores da melhoria no sistema publico de saúde e, sobretudo, na vida de seus leitores e seguidores. O assédio do comércio de tratamentos e terapias divulgados como ‘alternativas’ é grande, e podem influenciar negativamente a blogosfera em Esclerose Múltipla. Por isso torna-se de suma importância divulgar e conhecer o que são Tecnologias em Saúde, O que é Evidência e a importância dos Protocolos Clínicos de Tratamento e o Consenso de tratamento da Esclerose Múltipla pela Sociedade Brasileira de Neurologia”.  1º Encontro de blogueiros de Esclerose Múltipa

O semeador e as palavras

A parábola do semeador  é perfeita para descrever minha pequena missão como blogueira. Jogar sementes de ideias ao vento ou Wi-Fi. As palavras são sementes ao vento. Hoje em dia palavras são disseminadas via Wi-Fi. O nome Wi-fi é uma abreviação da expressão “wireless fidelity”, que, ao traduzir significa fidelidade sem fio. O wifi, como todos já devem saber, é uma conexão feita sem a necessidade de cabos e fios. Sendo possível vários dispositivos se conectarem em uma mesma rede. Wikipedia- acesso dia 13 de julho de 2020. As sementes podem cair num solo pedregoso, onde não há oportunidade da semente deitar raízes profundas e assim o vegetal desfalece. A missão da semente não se concretiza. As sementes podem cair num terreno espinhoso e a plântula morrer asfixiada,  finalmente, se cair em solo fecundo, com água a planta se desenvolverá. Assim, são os corações e mentes das pessoas. Às vezes são terrenos pedregosos- onde é muito difícil que a palavra ecoe, onde a frágil raiz consegue se embrenhar. As sementes podem ser jogadas em locais espinhosos, onde são .sufocadas pelos espinhos. Onde palavras são ditas com um ruído de fundo, alto e sufocante, não tem espaço para cumprir sua função. O solo fecundo são mentes abertas ao pensamento e ao diálogo. A semente que cai, viceja em frutos. As sementes são palavras, frutos as consequências Não sou Jesus Cristo nem nenhuma evangelista, muito menos pregadora, apenas eu me apropriei de uma parábola onde achei uma bonita metáfora entre ser blogueira e o semeador. Quem escreve sempre procura que suas palavras caiam em solo fecundo, receptivo à vida. Quem escreve deve lançar ideias e reflexões, não escrever por escrever. Tudo bem se o solo não é fecundo, mas a palavra foi lançada. Eu jogo sementes ao vento, espero dispersar boas plantas; enfim, tudo isso é uma parábola. Falando como bióloga as sementes podem ser dispersadas de muitas formas. Não somente pelo vento; podem ser transportadas  pelos animais no pelo; através do trato digestivo destes quando comem os frutos;  pela água etc . E na maioria das vezes, para deitar a pequena raiz precisa de água e intensos arranjos metabólicos de hormônios na pequena semente Contudo eu  serei bióloga e semeadora, enviarei minhas sementes via Wi-Fi e vocês também a receberão assim. Sinal dos tempos modernos.   “… As pessoas estão querendo o que eu tenho para oferecer? Se não, o que posso fazer diferente? … O que vocês fizeram por mim? Onde estavam na crise? Aqueles que se posicionaram contundentemente a favor de quem precisa terão dianteira enorme nos corações e nas mentes das pessoas quando a crise passar. E ela vai passar”   Onde vocês estavam na crise? Nizan Guanaes. Folha de São Paulo, 14 de julho de 2020   “Quem elegeu a busca, não pode recusar a travessia.” Guimarães Rosa

Pós pandemia

O que acontecerá quando tudo acabar? A pandemia pode acabar de várias maneiras, dependendo do ponto de vista. Epidemiologicamente, depende da famigerada imunidade de rebanho, quando a população chegar a ela. Imunidade de rebanho  é o efeito de proteção que surge em uma população quando uma percentagem alta de pessoas se vacinou contra uma certa doença. Por obra da “imunidade de rebanho”, mesmo quem não está vacinado fica protegido do patógeno causador da doença. Exemplo clássico de vacina que produz imunidade de rebanho quando 95% de uma população a recebeu: a vacina contra o sarampo. Com 95% das pessoas imunizadas, o vírus não circula mais, a doença desaparece e quem não pode tomar a vacina fica protegido. http://coronavirus.butantan.gov.br/ultimas-noticias/o-que-e-imunidade-de-rebanho Biologicamente, será mais  um fenômeno natural e evoluído que não terminará, apenas se processará Se a definição de pandemia valer, nossa mente poderá ter  noção de um final, não o processo biológico em si. O assunto do texto não é o final da pandemia- mas o que será depois . O que será depois de nós, da Terra, da economia , da liberdade, do beijo, do abraço ou  do aperto de mão. Eu não sou advinha, não tenho premonições. Gostaria como sempre de refletir. Nos recuperaremos economicamente? Muito provável, mas vai demora, e exigirá muito cuidado ;  mas o mercado se restabelecerá, continuarão existir pobres e ricos; e,  a desigualdade continuará, de qualquer maneira. Como serão nossas relações como amigos? Talvez estejamos mais ternos, mais compreensivos, mas ainda teremos medo de nossas manifestações de amizade; curtiremos um aceno  e nos contentaremos assim. Como serão os encontros de família, o almoço de domingo, ,o Natal? Aprenderemos  com a pandemia, qual o verdadeiro significado destas datas dessas reuniões? Comeremos em público um cachorro quente lambuzado no carrinho da rua? Acho q sempre, a fome fala mais alto, seja a sua ou do vendedor do “Hotdog”  que põe  à  mesa o arroz feijão. As relações de trabalho serão diferentes? Sim; a tecnologia, proporcionará artefatos antes inexistentes, meios de produção diferentes..  Podemos trabalhar em casa e produzir mais; porém essa produtividade poderá nos escravizar com a exigência patronal A dualidade mestre-senhor do filósofo Hegel mudará. A liderança será diferente Os núcleos familiares serão menores e mais embalados pela confiança. A escola vai transformar-se; os alunos da pandemia perderam a experiência das aulas presenciais, mas ganharam um verniz de aspecto tecnológico. Acentuará mais as diferenças sociais também pela distribuição desigual da famigerada internet Já não leremos gestos, expressões faciais, porque nosso sorriso será enquadrado  virtualmente numa vídeo chamada. A solidariedade existirá, mas as suas lições  serão esquecidas. A história conta que a humanidade com sua capacidade de adaptação resistirá , se adaptará. Já  aconteceram: guerras, a peste negra, a gripe espanhola, e, embora catastróficas; algumas coisas não mudam. Oxalá,  a humanidade mudasse para melhor, para o cuidado de si e do planeta. Se você tem insônia, por causa de ansiedade sobre o que acontecerá depois da pandemia, se você acredita em um “novo normal” , desculpe não existe normal . Existe só a história de uma maneira diferente. Nem melhor , em pior apenas diferente. Seremos ainda humanos com mais experiência e diferentes. Espero que não seja só isso.   “Quando a situação for boa desfrute a . Quando a situação for ruim , transforme a. Quando a situação não puder ser transformada, transforme-se.    “Não espero mais nada da  minha vida. – Não e a vida que espera algo de você?” Viktor Frankl   Ambas citações  Folha de São Paulo, 30 de abril citado por Mirian Goldenberg

Um apelo

Precisamos de pequenos gestos, migalhas desprezíveis, mas precisamos agir. Nossa incapacidade de perceber que alguns comportamentos podem ser parte de um conjunto maior. Tudo caminha a diminutos passos. A ciência caminha assim; a arte caminha dessa maneira; a sabedoria também. A proteção do meio ambiente, depende de comportamento individual e também da consciência de coletividade.  Você só  compra a ideia  se você faz,  se você pratica. Nossas ações são como reflexos num lago de consequências. Poupar água, desligar luzes desnecessárias são pequenas ações que, até os quebradinhos podem tomar. Às vezes as ações não precisam de braços, mas de mentes. Sim, isto é um apelo a você que acha que sua atitude pequena  não pode mudar o “status quo’. Se você desliga a torneira enquanto escova os dentes . -parabéns. Se você explica a uma criança ou adulto, o porquê disso.. Você é privilegiado. Você, quebradinho, pode também ajudar a preservar  o ambiente com seu exemplo, com seu diálogo. Todos nós podemos fazer alguma coisa; é só querer. Todos somos filhos da mãe Terra, e, é nossa responsabilidade  cuidar da nossa casa. Se você fez corpo-mole por causa de sua doença, sua condição, não se esqueça, que você também sobrevive nessa espaçonave e utiliza recursos dela  e eles são finitos . Vivemos uma pandemia:  alguém já perguntou se há relação entre o aparecimento desse vírus  e o desmatamento, o desaparecimento de habitats e a complexidade da vida. Tudo está relacionado: a vida, o vírus  e nosso comodismo. E se  a gente for além de nosso comportamento individual e conseguir ações públicas em favor do meio ambiente Você  pode pensar e,   assim, planejar uma coleta seletiva no seu condomínio? O que você fez hoje para cuidar da nossa casa: a Terra? Achou que eu ia deixar os quebradinhos fora dessa? Prestem atenção, somos todos  responsáveis uns pelos outros. Por favor, tenham compaixão pelos outros, por nós, pela Terra!   “A ciência e grandes coisas resultam de uma série de pequenas coisas”  máxima de Vicent van Gogh   “Isso não significa, é claro, que a conduta pessoal não tenha algum peso. O problema está em se contentar com essas posturas individuais. Uma boa ação feita em casa não exclui o bom samaritano de se responsabilizar pelo apoio a transformações em níveis mais amplos, como pressionar por medidas sustentáveis. “Ecologo -prof USP .Luiz Antônio Martineli   “Seremos bem sucedidos apenas em conjunto. Será que um de nós consegue?; se sim , será  que todos nós podemos fazer mais?” Abraham Lincoln, ex presidente dos EUA. Veja 2635-ano 52 no. 21

Isolamento social

Isolados deixaram os  níveis de emissão de gás carbônico e dióxido de enxofre  baixos,  pouca poluição, uso de petróleo menor; o  planeta Terra agradece. Isolados- alguns puderam contar com mais convívio do grupo familiar, puderam brincar com seus filhos, experimentar criá-los. Isolados – outros tiveram a oportunidade de parar o ritmo frenético de trabalho, meditar e encontrar seu “eu” Isolados – também ouviram música e dançaram Isolados – reinventaram suas vendas e seu aprendizado. Isoladas – as crianças aprenderam em cursos on-line, brincaram, brigaram e fizeram as pazes. Isolados – os namorados pensaram em seu relacionamento. Isolados – aprenderam a beijar e abraçar com o coração e não com o gesto. Isolados – perceberam os seus sentimentos cristalinos e verdadeiros pelas pessoas. Isolado, alguém se sentiu só , muito sozinho e caiu em depressão e ansiedade, Não isolados continuaram seguindo com sua vida, seus negócios, seu aperto de mão. Não isolados queriam se isolar- mas o dever os chamava, profissionais da saúde,  coletores de lixo, guardas, motoristas de ônibus, caminhoneiros, entregadores em geral. Não isolados queriam se isolar, mas seus lares comportavam muitas pessoas por cômodo, as comunidades da periferia. Não isolado também foi a vizinha teimosa e idosa, que foi dar um “role” sem máscara. Não isolados estavam em filas nos bancos e supermercados. Não isolados estavam os jovens em seu baile funk corriqueiro. Isolados – nós observando tudo: desfalecer a economia e a saúde. Isolados, nós percebemos a fragilidade da vida e todas as mazelas que podem ocorrer numa situação de crise de luta contra um inimigo que não conseguimos enxergar. Isolados, nós estamos nus, a nossa sociedade, está nua e não podemos esconder nossas vergonhas, a falta de equidade, um sistema cruel que seleciona quem vai viver. Isolados, nós estamos sós, porque não aguentamos a nossa angústia. Isolados- daremos uma folga ao sistema de saúde, com máscaras protegendo o próximo. Talvez, quando isolados ou não, aprenderemos o que é importante. Espalharemos redes solidárias… Isolados e não isolados, conseguimos de novo polarizar, como conseguimos sempre.   Qual é o nosso maior valor? Não responda, apenas reflita e aja.  # Fique em casa, pelo menos por enquanto, lave as mãos e aja

Coronavírus, o ator principal

Esqueci que sou bióloga há muito tempo, mas fiquei com vontade de escrever sobre o Corona vírus. Não bombardear vocês de informações, porque acho que já estão bem informadas demais (ou mal). Mas não cabe a mim, simples escritora de textos de qualidade até duvidável, escrever sobre a Covid-19, a doença provocada pelo Coronavírus. Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19) https://coronavirus.saude.gov.br/ acesso dia 01/04/2020. Não sou medica, nem virologista; nem epidemiologista. Não sou expert;a prendi que vírus era um ser vivo e até aí, já é questionável. Quero escrever, sobre as ruas escuras e solitárias, sua bocarra devorando os estabelecimentos, escritórios fechados, a própria ignorância do mundo , a insensatez da solidão de uma noite escura. Quero escrever sobre mãos que não se tocam e mesmo assim podem selar tratados de paz. Quero escrever sobre lábios que não tocam o rosto, mas incendeiam as almas de amor e solidariedade. Quero escrever sobre as coisas que tínhamos e  a que não demos valor. O vírus , aquele ser insignificante, nem considerado ser vivo por alguns, fechou as mãos e rejeitou o beijo traído, com a desculpa que nos tornaria doentes num  mundo tão cheio de esgotos de nossos caprichos. Daí, a grande lição que tiramos: – o que vale estar saudável num mundo doente ? Um simples vírus fez senhores  de engenhos ajoelharem-se , prostrarem-se perante sua divindade. E você que acredita em ficção científica; a aventura só está começando, ainda temos que ultrapassar o ápice da curva que traçaram para a humanidade se tornar imune. Com todas essas composições lúgubres ou doces, a evolução da vida vai indo…. Aleatória.   Falando como cientista Não se trata de estatísticas  ou da gravidade da doença , é sobre a velocidade de infecção do vírus, a superlotação de nossos hospitais, achatamento de curvas e tudo mais que você ouviu, é importante. Saiba porém, que no fundo  é sobre a decisão de quem vai ocupar o leito da UTI e quem vai morrer, cruel demais para um ser humano decidir. Faça que essa decisão não tenha que ser tomada   # Fique em casa e lave as mãos  

Carnaval

Eu, pessoalmente, não gosto de carnaval, mas li duas matérias que me inspiraram a escrever sobre esse tema. Uma abordava sobre a utilização do espaço público : é uma boa oportunidade para utilizá-lo . As brincadeiras necessitam da rua, do nosso espaço publico e da convivência entre as pessoas. A segunda falava sobre o ponto de vista da convivência com diferenças. Diferentes somos nós todos e ainda bem. Aposto na diversidade, biologicamente falando e moralmente também . Diferença é bom, porém causa estranheza; como não somos homens da caverna e  nosso córtex pré frontal está desenvolvido e moralmente construímos uma historia social.  Sim podemos conviver com a diversidade, com a diferença. Livre arbítrio  todos temos , garantido pela constituição ,  mas nossa liberdade está condicionada por conseqüências.  Você pode fazer o que quiser, mas assuma as conseqüências. Esse jogo é que nos faz mais humanos. Você faz o que quiser, mas tudo tem conseqüência. Cobro a ausência de respeito ao espaço público, não somente no carnaval; o respeito pelo bem publico  deve acontecer todos os dias, em todas as situações. Aquilo não é meu nem seu, é nosso; por ser nosso cada um deve zelar por ele da melhor maneira. Vou comentar sobre limpeza de banheiros públicos, alias, não vou comentar. O que falta à sociedade é a noção de pertencimento, e o que mais dói no coração e , parece que você esqueceu disso; é uma ovelha desgarrada . O dilema é que só juntos seremos fortes e poderemos brincar  o carnaval. Prometa antes zelar pelo que é nosso: a rua, o respeito, o bem publico e o banheiro.

Meio Termo

Posso ser considerada reacionária mas é apenas uma reflexão. Eu tive uma educação conteudista, cheia de leituras e memorização. Confesso, há  um monte de conteúdos que não usei e nem usarei. Mas não consigo, pensar como pessoa, sem eles. Não é por isso que defendo uma educação só conteudista. Sou fruto de uma faculdade que me ensinou que a educação deve ser interativa e investigativa, que faça sentido pessoal e social. Acho que devemos ser ” nem tanto ao mar nem tanto á terra”; como podemos investigar , se não houver conteúdo para investigar. Como assim? Investigar é relacionar, comparar analisar. Mas o que? Qual o objeto do pensamento? Onde está a informação? Aí, se contextualiza o conteúdo. Precisamos de tendências para  dar significado ao aprender. Se não tivesse decorado os metais alcalinos e alcalinos terrosos, não conseguiria situar o sódio e o magnésio em suas características e funções; ou se não tivesse lido e resumido  Dom  Casmurro, como saberia dos olhos de ressaca de Capitu? Como poderia saber que tenho duvidas comuns, aos antigos filósofos Sócrates e Aristóteles ? Como saber o que é sofisma? Como fazer contas de cabeça? Sem decorar a tabuada? Eu sei que  o celular, computador faz , esclarece tudo isso; numa velocidade muito maior que você faz ou acessa a informação. Mas você nem cogita, ficar um dia sem acesso ao virtual? Sem energia elétrica para ligar aparelhos e carregar baterias. Se você estiver sem isso, você para? Sua vida estaciona? Se pecamos pelo conteudismo também pecamos pelo excesso de ideias sem conteúdo, análises superficiais e banais. Como fazer uma escola que saiba o que ensinar? O mundo com a inteligência artificial e novas relações de trabalho requer novas competências; saber trabalhar em grupo e resolver problemas conjuntamente, lidar com tecnologias e um novo mercado de trabalho. As polarizações são o erro da nossa época. Quase sem querer fazemos isso. É o compartilhamento de nossa condição humana, mas não se engane somos fruto da nossa escolha.   “A cultura não evita que a gente tome as piores decisões. A cultura apenas garante que, seja qual for a escolha, ela será intensa, parte de uma vida levada a sério.”   .  “Lá Meglio Giovaentú.” Contardo Calligaris – 06/02/2020

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