Com o avanço da medicina e a facilidade tecnológica, a Esclerose Múltipla passou a ser encarada pelos pacientes de maneira mais tranquila. “Hoje não é mais um bicho de sete cabeças. Existem doenças piores e mais fortes. Eu lido da melhor maneira possível, sempre sendo positivo e fingindo que eu não tenho nada”, conta o estudante Guilherme Coelho, diagnosticado há 8 anos.
Hilda Cecília Pazette, portadora de Esclerose Múltipla e funcionária do Grupo de Esclerose Múltipla de Campinas (GEMC), acredita que o avanço da medicina trouxe a qualidade de vida aos pacientes. “É mais fácil receber um diagnóstico desses hoje em dia. Os médicos estão mais atentos a isso e os recursos são muito melhores’’, explica. Hilda é portadora há 9 anos e não tem nenhum tipo de limitação: “Eu tenho 67 anos, trabalho, administro um sítio, tudo normal. Tenho algumas fraquezas, mas não chega ser uma coisa que me impeça de levar o meu dia-a-dia para frente”.
A Esclerose Múltipla é uma doença auto imune, progressiva, degenerativa e incapacitante do sistema nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinhal. Ela interfere na capacidade desses órgãos de controlar funções, como caminhar, enxergar e falar. Segundo a Médica Neurologista Carla Stella, o Brasil conta com todos os medicamentos autorizados pela ANVISA e creditados mundialmente para o tratamento da patologia. “A medicação visa a não progressão da doença, a manutenção da integridade das estruturas do cérebro e medula livrando o paciente das incapacidades possíveis’’, explica.
Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), a doença é uma das mais comuns entre adultos jovens que compromete o sistema nervoso central e estima-se que 35 mil brasileiros possuem a patologia. Porém os tratamentos, que visam reduzir os surtos, garantem à maioria dos diagnosticados uma vida normal. “Hoje, quando você é diagnosticado, é outro mundo se comparado há 8 anos. Imagina para quem já trata há mais tempo que isso”, opina Guilherme Coelho.
A Médica Neurologista Carla Stella explica que, quanto mais precoce for o diagnóstico e tratamento, melhor a qualidade de vida.“Tenho pacientes que foram diagnosticados na adolescência e hoje estudam, trabalham, viajam, casam, têm filhos… Enfim, tudo é possível!”, conta.
Os grupos de apoio, que reúnem pessoas com a doença na região, também atuam como tranquilizadores. É o que Hilda Cecília Pazette, funcionária e participante do GEMC, conta durante entrevista:
https://soundcloud.com/silvana-carias/sonora_cecilia
Por Silvana Carias