Embora sem cura no momento, os tratamentos oferecidos buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidade durante a vida do indivíduo. Além do foco na doença, tratar os sintomas como os urinários, fadiga é muito importante para qualidade de vida do paciente. A neuroreabilitação é importante juntamente com o tratamento medicamentoso no tratamento dos sintomas, na adaptação e recuperação quando possível e prevenção ao longo do tempo de complicações como as deformidades ósseas. Hoje existe indicação de medicamentos que visam reduzir a atividade inflamatória e a agressão à mielina, com diminuição dos surtos, em intensidade e freqüência, contribuindo assim na redução do ganho de incapacidade ao longo dos anos. São as abordagens denominadas modificadoras da evolução da doença, os imunomoduladores. O emprego de imunosupressores também tem ocupado lugar de relevo no tratamento da EM. Entre eles destacam-se a azatioprina, a ciclosfosfamida, o mitoxantrone, o methotrexate e a ciclosporina. A prednisona ou outros corticóides podem ser empregados por via oral. Com resultados razoavelmente bons, temos a pulsoterapia venosa pela metilprednisolona. A partir da década de 90, os interferons juntamente com o acetato de glatiramer, passaram a ser utilizados no tratamento da EM para reduzir os surtos e estabilizar a doença ao longo dos tempos apesar de não ser a cura. No Brasil estes medicamentos são distribuidos gratuitamente pelo governo através de farmácias de dispensação de alto custo ou em centros públicos de referência do tratamento da EM mediante relatório médico que confirme a existência da doença. O interferon beta 1 a é administrado por via subcutânea 3 vezes na semana (rebif 22mcg ou 44mcg) ou intramuscular 1 vez por semana (Avonex 30mcg). O interferon beta 1 b é administrato subcutâneo em dia alternados (Betaferon 8000UI). O acetato de glatiramer deve ser empregado subcutâneo diariamente (Copaxone 20mg) No uso dos inteferons deve se ter um monitoramento de perto da função hepática. .Em caso de alteração deve ser avaliado a descontinuação de seu uso pelo médico. Sintomas muito comuns no inicio do uso destas medicações são: dores de cabeça, dores musculares, febre, fadiga, agravamento de sintomas anteriores; isto é transitório na maioria dos casos e podem ser amenizados iniciando-se com doses menores, utilizando-se analgésicos pré-administração, deixando as aplicações como a última atividade do dia; mas é claro, o mais importante, siga as orientações do seu médico assistente. Tratamento de Recidivas Agudas Uma melhora natural de exacerbações agudas ocorre freqüentemente num prazo de 4 a 12 semanas. O grau de melhora varia e, provavelmente, se deve à regressão da inflamação. Para recorrências agudas, a maioria dos neurologistas prescreve altas doses de corticosteróide intravenoso, como metilprednisolona (solumedrol) por 3 a 5 dias. Essa série pode ser seguida de uma dose oral gradualmente decrescente de corticosteróide (p.ex.: prednisona). Corticosteróides orais também podem ser empregados para tratar uma recidiva branda ou moderada. Efeitos colaterais, causados pelo uso prolongado dos corticosteróides (osteoporose, hipertensão arterial, catarata, perda muscular), geralmente não ocorrem com o uso por curto prazo. Entretanto, pode haver efeitos colaterais como alterações do humor, desconforto epigástrico, micção freqüente e visão embaçada. Tratamento Sintomático Medicamentos utilizados na Esclerose Múltipla devem ser indicados pelo médico neurologista que vai analisar cada caso. Aliado ao tratamento medicamentoso, o tratamento reabilitacional é benéfico para reduzir a espasticidade, espasmo, fadiga, depressão entre outros sintomas. Novas Medicações – Anticorpos monoclonais: Um grupo medicamentoso muito utilizado em reumatologia e oncologia. Atualmente, muitas substâncias vêm sendo testadas para esclerose múltipla, estudos multicêntricos, pelo mundo, fases finais de estudo; rituximab, alemtazumab, daclizumab. No mercado já esta disponível o natalizumabe (tysabri), a primeira produzida especificamente para esclerose múltipla, cuja indicação é para doença grave, de evolução rápida, refratária a outras terapêuticas. Age na atividade inflamatória, reduzindo surtos e as incapacitações. – Medicações vias orais: Fingolimod, cladribina, laquinomod, teriflunomide, fumarato. A primeira já aprovada pelo FDA ( o similar da ANVISA americano), deve chegar em nosso mercado no próximo ano e a segunda em vias de final de aprovação. Todas com indicação para minimizar surtos quanto freqüência, taxa anual e concomitante Acúmulo de inacapacitações; porém, muitas perguntas ainda precisam ser respondidas: quantos efeitos adversos em longo prazo, efeito preventivo, reparador, neuroprotetor, comparativo com tratamentos atuais. – Transplante autólogo de células tronco: Ainda é um protocolo de pesquisa e indicado na refratariedade terapêutica, a maioria dos trabalhos mostrem uma estabilização clínica, mas não uma melhora objetiva; precisa-se de estudos mais longos para uma melhor conclusão e responder algumas questões principalmente manutenção de eficácia a longo prazo.