E ele veio sorrateiro, invadindo a roda de amigos, as guerras políticas e as famílias reunidas.
Chegou sensacional e pomposo, cheio de ideias e planos.
E ele veio devagarinho na lentidão do tic-tac dos relógios, veio na noite escura quente ou gélida, chuvosa ou limpa…
Veio aos corações atribulados com romances perdidos e nos calmos.
Ele estranhamente pegou a mão da moça tímida, da velha inclinada, da criança cheia de crenças, do homem com seu temível trabalho.
Dividiu-se em esperanças e planos, muitas ideias e projetos, no desespero mudo do suicida.
Veio aclamado em gritos lamuriantes, desesperados, em canções harmoniosas de louvores e salvação.
Chegou e agora já é passado; engrenagem reticente do tempo.
Ele tornou-se presente e de repente já era passado….
No tempo em que dividimos racionalmente ou sentimos emocionalmente.
Ele é matéria a ser trabalhada pelo jornalista e manchete de dias atrás.
Ele chegou e já está partindo, corra para pegar esse trem, amanhã já será depois do ano novo.
Ele é a oportunidade de transformar ou manter aquilo que nos foi dado.
A única oportunidade de tempo, o ano novo, presente-futuro que é nos dada na nossa pequenez é infinita inocência.
Chegou como presente, invadiu os corações alheios e atentos à sua chegada, chegou para vivê-lo intensamente. Por isso, viva-o; é todo seu e só seu…