Ela regou suas mudinhas de lírio branco; já não eram mais mudinhas, lançavam uma grande folha para fora.
Havia também uma lagartixinha que a saudava todo dia de manha escondendo-se logo depois, não era invenção , ela existia embora nunca a quebradinha a tenho visto. Morreu, ela ficou triste.
Os dias passavam sempre com um profundo desejo de liberdade, de fazer o que quisesse, ir para onde quisesse ,como quisesse
Havia também o desejo de encontrar pessoas, pessoas boas. A intenção que o Brasil melhorasse, perdido em sua crise política e econômica, casa sem teto.
Muitos dias, ficava brava, sem paciência, o isolamento proporcionado pela Covid fez isso. ; como também tirou sua valentia para as caminhadas: tinha medo de sair, não somente por causa da violência urbana; mas o chão era mais duro, tinha mais obstáculos intransponíveis – a ajuda das pessoas numa situação de queda era mais difícil.
A quebradinha por sua vez, não conseguia acompanhá-la; andava seus 100 metros, e ia tropeçando com a perna que arrastava ou o tronco que fletia para a frente.
Era o que incomodava bastante a quebradinha: não poder caminhar com a mãe, no momento que sua mãe mais precisava. Com seu pai fora diferente, conseguia acompanhá-lo em seus passeios pelos jardins.
A vida é uma “meleca”, tanto a quebradinha como sua mãe estavam tristes. O impulso dela viver motiva a quebradinha e acho que o da quebradinha também a ela. A quebradinha não consegue fazer várias atividades de vida diária, ela faz para a quebradinha. Quanta gratidão à mãe.
A vida é uma “meleca”, envelhecer também, é uma sina que temos que passar. . As limitações físicas e o cansaço nos superam. Ter EM parece um envelhecimento, com menos experiência e sabedoria.
A vida é uma “ meleca”, mas sabe o que mais: é o que se tem para hoje, adaptação a qualquer coisa. Viva a adaptação, sofre-se menos se apenas vivermos.
“Um amigo chamou para cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso e fui.” Caio Fernando Abreu