No início do mês não consegui a medicação. Fiquei preocupada, mas no meio de toda agitação e intranquilidade que vivia internamente, recebi muito apoio de amigos e da minha família. Felizmente esse episódio terminou bem, consegui a medicação, não tive nenhum surto, vida normal.
Coisas assim sempre me levam a pensar. Num primeiro momento vem a preocupação, depois o apoio das pessoas que estão ao seu redor, e por fim, alívio.
É sempre bom termos com quem contar, a vida fica mais leve, mais simples, Ser grata às coisas da vida que nos acontecem, pequenas ou grandes, nos faz mais fortes e firmes.
Nessas horas é fundamental termos paciência e mantermos a alegria de viver, ou melhor, para viver. Diante dos imprevistos devemos nos perguntar: o que posso fazer? Sempre podemos fazer algo.
Tendemos a colocar a culpa em fatores externos, mas os “fantasmas” estão conosco, vivem na nossa cabeça e pasmem somos nós quem os criamos.
Como diz a música de Renato Russo: “você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo, são crianças como você…”
Não adianta culparmos o meio externo por nossos problemas. Paciência e alegria, palavras simples, porém difíceis de serem mantidas. Temos de manter a “cabeça aberta, a espinha ereta e o coração tranquilo”.
Seu pensamento em muito influencia seu corpo e seu estado de ânimo. Tudo isso pra dizer podemos ser fortes, somos fortes.
Recentemente assisti um documentário sobre as Paralímpiadas e fiquei fã dos atletas e suas histórias de vida. Uma questão que chamou a minha intenção foi a fala de um técnico, que disse: “não pergunto qual a dificuldade que o atleta tem e sim o que ele pode fazer e o que pode melhorar?”
Façamos uma reflexão, então: o que podemos fazer e o que podemos melhorar? Respondamos com sinceridade. Vamos ver que a quantidade de coisas que podemos fazer é bem maior do que o que não conseguimos fazer.
Vamos nessa? “Bora lá”? Façamos nosso melhor sempre e receberemos o melhor, esse é a lei. Então já sabemos, dentro de nós podem estar várias respostas e sentidos.
Daniela Fernandes
Daniela Fernandes de Souza, advogada, formada pela Faculdade de Direito de São Bernardo do São Bernardo Campo, em 1999, Sempre trabalhou na área de Direito Público. Está diagnosticada com Esclerose Múltipla há oito anos.
É mãe de uma linda garotinha Ana Clara de Souza Fenelon Machado de quatro anos.
Esta aposentada por invalidez desde janeiro de 2016. Seu último emprego foi na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo na Secretaria de Trânsito. Escreveu um livro autobiográfico lançado em outubro de 2015 – “Eu, A Esclerose Mútipla e a Vida”.