Hoje eu quero falar sobre terceirização, mas não aquela palavra que, conforme está no dicionário, quer dizer contratar terceiros, ou outras empresas, para fazerem serviços que não estão relacionados com a atividade principal de uma empresa. Não é desta terceirização que vou me referir. Eu quero chamar a atenção para quando terceirizamos o resultado de qualquer equação na nossa vida, seja ela sobre relacionamentos amorosos (família), ou seja, de um tratamento médico que, além da administração dos remédios, ainda exige uma boa dose de paciência e perseverança. É mais comum do que se gostaria de ver, pacientes, sobretudo de doenças crônicas como a esclerose múltipla, responsabilizarem médicos, enfermeiras, cuidadores, planos de saúde e por aí vai, pelo resultado do seu tratamento. Se a coisa deu errada e nada aconteceu para a melhora dos sintomas e, consequentemente, do quadro clínico do paciente, alguém é o responsável por isso; nunca o próprio paciente. Daí, muitas vezes eu me pergunto: será que não mesmo?
É claro que para o paciente cabe seguir com as prescrições médicas de medicação e as orientações de fisioterapia, o que, aliás, é o mínimo que se espera dele. Mas quem é o responsável por todo o resto que inclui resistência para enfrentar os embates que podem aparecer, resiliência para aceitar as mudanças que podem surgir inesperadamente na sua vida e força interior para acordar, sair da cama e estar pronto para começar um novo dia? Por mais difícil que possa parecer, é só o paciente quem tem o controle de tudo isso. Quando penso que Deus está no comando da minha vida acredito que é para me dar forças para eu seguir no meu caminho, assim como para me intuir nas escolhas que, certamente, irei fazer. Resumo da ópera: em minha opinião, só o paciente pode fazer a diferença em todo esse processo. A esclerose múltipla, como nós sabemos, não tem cura, mas ninguém descobriu ainda até que ponto vai a força interior do ser humano para a sua própria sobrevivência. Pensem nisso…
A gente se vê na ABEM!