Proposta de Simpósio Oral

– Título do Simpósio: Desafios e sucessos de um projecto Luso-Brasileiro: Alguns dados empíricos

– Coordenadora do Simpósio: Rute F. Meneses (FCHS / CTEC / FP-B2S / HE – Universidade Fernando Pessoa)

– Identificação da moderadora: Ana Maria Canzonieri (ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla)

– Resumo do Simpósio:

Objetivos: O presente simpósio pretende agregar dados empíricos e reflexões suscitadas pela implementação de um projecto Luso-Brasileiro, incluindo dificuldades e suas superações.

Relevância: A relevância do simpósio advém da articulação das etapas que foram sendo percorridas nos dois países, em termos metodológicos e de resultados.

Sumário: Assim, a 1ª e a 2ª comunicações apresentam a caracterização da qualidade de vida e da espiritualidade de indivíduos com esclerose múltipla brasileiros. As outras duas, reflectindo dificuldades diferenciais entre os dois países ao nível da avaliação psicólogica, exploram os dados recolhidos junto de estudantes do ensino superior português, como parte do processo de desenvolvimento de uma bateria de avaliação comparável para portugueses e brasileiros. Mais concretamente, a sua saúde é analisada, através das habilidades sociais, satisfação sexual e traços de personalidade, sendo, na última comunicação, testada a capacidade preditiva das habilidades sociais no âmbito da promoção da saúde. Para além dos objectivos gerais do projecto, a necessidade de introduzir fases intermédias – diferentes nos dois países – acarretou a identificação de dados importante no âmbito da promoção da qualidade de vida e da saúde de indivíduos doentes e saudáveis.

 

– Título das Comunicações Individuais:

1) Qualidade de vida de indivíduos brasileiros com esclerose múltipla

2) Espiritualidade de indivíduos brasileiros com esclerose múltipla

3) Indicadores triangulares de saúde em estudantes do ensino superior

4) Habilidades sociais na promoção da saúde: Preditoras da saúde mental e sexual

 

– Autores e filiações das Comunicações Individuais

1) Ana Maria Canzonieri, Thais Mira Simandi, Beatriz Sodré Maciel, Lucas Ribeiro dos Santos, Daniele Batista de Sousa, & Priscila da Silva Santos

ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla

2) Ana Maria Canzonieri, Thais Mira Simandi, Beatriz Sodré Maciel, Lucas Ribeiro dos Santos, Daniele Batista de Sousa, & Priscila da Silva Santos

ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla

3) Carla Bernardett Santos (1), Ana Carina Peixoto (1), & Rute F. Meneses (2)

(1) FCHS – Universidade Fernando Pessoa; (2) FCHS / CTEC / FP–B2S / HE – Universidade Fernando Pessoa

4) Ana Carina Peixoto (1), Carla Bernardett Santos (1), & Rute F. Meneses (2)

(1) FCHS – Universidade Fernando Pessoa; (2) FCHS / CTEC / FP–B2S / HE – Universidade Fernando Pessoa

 

– Resumos das Comunicações Individuais:

1) Qualidade de vida de indivíduos brasileiros com esclerose múltipla

Ana Maria Canzonieri, Thais Mira Simandi, Beatriz Sodré Maciel, Lucas Ribeiro dos Santos, Daniele Batista de Sousa, & Priscila da Silva Santos

ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla

e-mail: amcrrr@gmail.com

 

A esclerose múltipla (EM) é uma doença degenerativa que afeta a qualidade de vida (QDV), levando a pessoa muitas vezes a reavaliar suas atividades. Objetivo: Avaliar a QDV de pessoas com EM. Método: Avaliar pessoas com EM, de ambos os sexos, de Instituição Social Civil, no Brasil, com a MSQOL–54. Em 2014, foram avaliadas 345 pessoas, entre os 76 e os 16 anos (DP=12,25), 70% com nível superior, 55% casados, com tempo de diagnóstico predominantemente acima de 10 anos, com tipo de EMRR, com presença de 2 formas CIS e EDSS em média de 7,0. Em 2015, foram avaliadas 90 pessoas, entre os 70 e os 19 anos (DP=12,0), 40% com ensino médio e superior, 45% casados, 50% com tempo de diagnóstico até 5 anos, predominância de tipo de EMRR e EDSS em média de 3,0. Em 2016, foram avaliadas 68 pessoas, entre os 68 e os 20 anos (DP=11,21), 73,5% com nível superior, 40% solteiros e casados, com tempo de diagnóstico predominantemente até 5 anos, com tipo de EMRR e EDSS em média de 3,0. Resultados: Em 2014, o escore médio do MSQOL–54 no quesito saúde física foi de 86,19, na saúde mental de 86,55. Em 2015, o escore médio do MSQOL–54 no quesito saúde física foi de 99,07, na saúde mental de 92,15. Em 2016, o escore médio do MSQOL–54 no quesito saúde física foi de 50,0, na saúde mental de 47,7. Discussão: A percepção de QDV dos participantes registou diferenças consideráveis, até em termos relativos (saúde física vs mental), o que tem implicações na planificação da sua promoção.

 

Palavras-chave: Qualidade de vida, Esclerose múltipla, Saúde física, Saúde mental

 

 

2) Espiritualidade de indivíduos brasileiros com esclerose múltipla

Ana Maria Canzonieri, Thais Mira Simandi, Beatriz Sodré Maciel, Lucas Ribeiro dos Santos, Daniele Batista de Sousa, & Priscila da Silva Santos

ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla

e-mail: amcrrr@gmail.com

 

A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e progressiva que afeta a qualidade de vida das pessoas e, consequentemente, sua forma de enxergar a espiritualidade. Objetivo: Avaliar pessoas com EM quanto à espiritualidade. Método: A Escala de Espiritualidade foi aplicada em 266 pessoas de ambos os sexos, com EM, de Instituição Social Civil, no Brasil. Estas eram predominantemente católicas, com nível superior completo, com tipo de EMRR, EDSS entre 0,0 e 9,0, sendo a maioria até 4,5, com idade entre os 75 e os 14 anos (M=42,0; DP=12,0). Resultados: A respostas para as questões (1) As minhas crenças espirituais / religiosas dão sentido à minha vida; (2) A minha fé e crenças dão-me forças nos momentos difíceis; (3) Vejo o futuro com esperança; e (5) Aprendi a dar valor às pequenas coisas da vida foram predominantemente “concordo bastante”. Somente para a questão (4) Sinto que a minha vida mudou para melhor é que as respostas tenderam a ser “concordo um pouco”. Discussão: As pessoas avaliadas, em sua maioria em idade produtiva, ao se perceberem acometidas por uma doença crônica, por mais que (ainda) tenham fé, não concordam que a vida teve uma mudança para melhor. Referem, todavia, aspetos relevantes para as equipas de cuidados de saúde, nomeadamente, no âmbito da promoção da qualidade de vida destes doentes.

 

Palavras-chave: Esclerose múltipla, Espiritualidade, Esperança, Otimismo, Crenças

 

 

3) Indicadores triangulares de saúde em estudantes do ensino superior

Carla Bernardett Santos (1), Ana Carina Peixoto (1), & Rute F. Meneses (2)

(1) FCHS – Universidade Fernando Pessoa; (2) FCHS / CTEC / FP–B2S / HE – Universidade Fernando Pessoa

e-mail: carlaxcarina@gmail.com

 

Introdução: O crescente número de estudantes do ensino superior, expostos a diversos riscos para a saúde, tem aumentado a preocupação com a avaliação desta, que é, segundo a conceção clássica da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma harmonia entre os componentes físico, mental e social. Assim, as habilidades sociais, a satisfação sexual e os traços de personalidade fornecem, no seu conjunto, indicadores de saúde. Objetivo: Caraterizar as habilidades sociais, satisfação sexual e traços de personalidade de uma amostra de estudantes do ensino superior. Método: Neste estudo transversal e descritivo, o IHS – Inventário de Habilidades Sociais (Del Prette & Del Prette, 2001, adaptado para a população Portuguesa por Santos, Peixoto e Meneses, no prelo), a NSSS – Nova Escala de Satisfação Sexual (Santos Pechorro et al., 2014) e o NEO-FFI (Lima & Simões, 2000) foram administrados a 200 estudantes, com idades compreendidas entre 18 e 66 anos, de três instituições de ensino superior do Norte de Portugal. Resultados: A amostra apresentou um reportório de habilidades sociais médio alto, relatou satisfação sexual e um perfil em termos de personalidade que se pode caracterizar como saudável. Discussão: Tendo em consideração os estudos que evidenciam os fatores e comportamentos de risco dos estudantes do ensino superior, considera-se relevante que, de modo a promover a sua saúde, no futuro, seja analisada a espiritualidade da amostra, seguindo a revisão do conceito de saúde por parte da OMS.

 

Palavras-Chave: Saúde, Habilidades sociais, Satisfação sexual, Traços de personalidade, Estudantes do ensino superior

 

 

4) Habilidades sociais na promoção da saúde: Preditoras da saúde mental e sexual

Ana Carina Peixoto (1), Carla Bernardett Santos (1), & Rute F. Meneses (2)

(1) FCHS – Universidade Fernando Pessoa; (2) FCHS / CTEC / FP–B2S / HE – Universidade Fernando Pessoa

e-mail: carlaxcarina@gmail.com

 

Introdução: A saúde, definida como um estado dinâmico que integra aspetos físicos, mentais e sociais, implica a relação entre estes, assumindo-se a sua promoção como uma estratégia relevante, com impacto significativo em estudantes do ensino superior. Objetivos: Explorar a relação entre habilidades sociais, traços de personalidade e satisfação sexual e verificar se as habilidades sociais predizem as restantes variáveis, em estudantes do ensino superior. Método: Neste estudo transversal, descritivo correlacional, o IHS – Inventário de Habilidades Sociais (Del Prette & Del Prette, 2001, adaptado para a população Portuguesa por Santos, Peixoto e Meneses, no prelo), o NEO-FFI (Lima & Simões, 2000) e a NSSS – Nova Escala de Satisfação Sexual (Santos Pechorro et al., 2014) foram administrados a 200 estudantes, com idade média de 23 anos, de três instituições do ensino superior do Norte de Portugal. Resultados: As habilidades sociais correlacionaram-se com e predisseram os traços de personalidade, (explicando entre 15,1% e 39,6% da sua variância) e a satisfação sexual (explicando entre 2,5% e 7,8% da sua variância) da amostra. Discussão: As habilidades sociais, ao revelarem potencial na promoção da saúde mental e sexual, sugerem a pertinência do seu treino junto de estudantes do ensino superior.

 

Palavras-chave: Habilidades sociais, Traços de personalidade, Satisfação sexual, Promoção da saúde, Estudantes do ensino superior