ABEM no Congresso Brasileiro de EM e Neuromielite Óptica

Entre os dias 22 e 25 de junho, aconteceu em São Paulo, o 17º Congresso Brasileiro de Esclerose Múltipla e Neuromielite Óptica – BCTRIMS 2016. Como não poderia deixar de ser, a ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla esteve presente em todos os dias do evento, com uma equipe de profissionais multidisciplinares acompanhando de perto as palestras.

Além do estande da ABEM com folhetos informativos, livros sobre Esclerose Múltipla e gibis EM distribuídos, diversos profissionais da associação assistiram as palestras ministradas no evento. A ABEM também teve  13 posteres (do total de 90) exibidos com pesquisas desenvolvidas com pacientes de EM na instituição. Com o objetivo de informar os pacientes, a ABEM ainda entrevistou médicos neurologistas e profissionais da saúde na ocasião.

Opinião dos médicos

Um dos médicos entrevistado pela a ABEM no Congresso foi o neurologista Dr. Darley Paulo Fernandes, do Hospital Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, em São Paulo, que comentou que um dos principais assuntos discutidos durante o BCTRIMS foi o protocolo de tratamentos, que está bem parecido com os protocolos de outros países. “Uma vez tendo o protocolo, a gente consegue que as medicações, até as de alto custo, sejam mais acessíveis aos pacientes”.

Outro médico que contou um pouco sobre o que achou do evento foi o Dr. João Brainer, do Hospital Geral de Fortaleza, Ceará. Embora tenha ressaltado que o conteúdo do BCTRIMS foi mais técnico, sendo voltado mais para os médicos, disse que o importante a destacar para os pacientes é a “consolidação daquilo que já acreditávamos ter efetividade, principalmente as medicações de via oral, que tem uma administração bem mais fácil com relação a outras medicações”. Ele também acrescentou que a medicina está “conseguindo mostrar estudos de mais tempo, de 4, 5 ou 10 anos de evolução, que mostram a eficácia desses medicamentos”.

A neurologista Dra. Juliana Bruneli, de Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, afirmou que o evento foi uma ótima oportunidade para trocar experiência com outros profissionais da área e conhecer novas medicações que entraram no mercado. Segundo ela, um dos medicamentos citado durante o Congresso foi o Dimetil Fumarato, “que já vem sendo usado já há algum tempo, mas nos ajuda a ter mais opções terapêuticas, conhecer a droga e usar com mais segurança”, diz.

Quem também destacou os novos tratamentos como um dos pontos mais importantes do congresso foi o neurologista Dr. Albert Louis, da Santa Casa de Belo Horizonte. Ele também falou sobre a humanização do tratamento da doença. “A opinião dos pacientes, essa visão nova, tem ajudado bastante. Porque se você tem um aumento do uso das medicações e a gente tenta ver o estágio da evolução da doença, com essa parceria do paciente a gente pode escolher o melhor tratamento”.

Para a Dra. Mariana Borela, neurologista do Hospital Policlínico de Pato Branco, no Paraná, as palestras do BCTRIMS 2016 reforçaram bem o papel e a importância das novas medicações que estão chegando aqui no Brasil. Segundo ela,“principalmente os orais, que são bem importantes para não precisar tomar injeção todos os dias, além das novas medicações que vão chegar com um tratamento mais agressivo para as pessoas que tem a doença mais avançada ou que iniciam já com bastante surto”. Para os próximos anos, Mariana acredita que as medicações novas trarão um leque maior de possibilidades para individualizar cada vez mais os tratamentos.

O Dr. Auney Couto, da clínica Ineuros em Chapecó, em Santa Catarina, destacou que existem no momento muitas opções terapêuticas que certamente vão melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “O grande problema é como chegar às medicações. A dificuldade de acesso hoje está ligada à questão do Ministério da Saúde, na resistência de liberar as medicações já disponíveis e também dos laboratórios de disponibilizar esses mesmos medicamentos em locais longínquos”, disse.

O BCTRIMS 2016 também contou com uma sessão especialmente para discutir questões de multidisciplinaridade no tratamento da Esclerose Múltipla. Uma das palestrantes foi a fisioterapeuta Bruna Antinori. Em sua fala, Bruna falou sobre a avaliação e tratamento das incapacidades, na qual mostrou a importância do paciente ser avaliado não apenas pelo médico, mas também por psicólogos, neuropsicólogos, fisioterapeutas, etc., e que a abordagem da reabilitação também seja multiprofissional.