A E.M. causa problemas de bexiga?

Tenho tido problemas com a minha bexiga. Preciso ir à casa de banho mais vezes do que antes. Por vezes quase que não chego a tempo. Terá alguma coisa a ver com a EM? 

É muito comum os portadores de EM terem algumas dificuldades no controle da bexiga. A alteração no funcionamento da bexiga afeta cerca de 90% dos portadores de EM durante a sua doença. Os sintomas urinários são perturbadores e podem causar problemas médicos, emocionais e higiênicos que podem interferir com áreas críticas da vida tais como as atividades sociais, de trabalho e sexuais. A maioria dos sintomas relacionados com a bexiga pode ser tratada com sucesso e as complicações urinárias prevenidas. 

 
Os problemas com a bexiga na EM são devidos ao envolvimento da espinal-medula que ocorre na doença. Os sintomas variam e incluem: 
 
 
– Urgência: necessidade de chegar ao banheiro rapidamente
 
– Freqüência: urinar mais do que cinco a seis vezes ao dia 
 
– Hesitação: dificuldade em iniciar a micção 
 
– Noctúria: acordar à noite devido à necessidade de urinar 
 
– Incontinência: derrame de urina ou perda do controlo urinário 
 
– Retenção: a bexiga não se esvazia completamente em cada micção 
 
Pode ter necessidade de consultar o seu médico mais do que uma vez para resolver os problemas de bexiga, e pode ter necessidade de consultar um urologista. Se achar que necessita de urinar frequentemente, ou que está a ter dificuldade em urinar, deve consultar o seu médico imediatamente. 
 
Existem medicamentos que podem diminuir as contrações involuntárias da bexiga, e outros que podem ajudar a ativar a bexiga quando o seu esvaziamento parece lento. Muitas pessoas reduzem ao mínimo estes problemas após obterem a ajuda atrás referida. Mantenha o seu médico informado acerca dos seus hábitos urinários e quaisquer problemas relacionados. 
 
Algumas pessoas podem desenvolver infecções do tracto urinário, geralmente caracterizadas por micções freqüentes, cheiro forte e descoloração da urina, e por vezes dores abdominais ou nas costas e febre. A presença de EM torna mais difícil ao seu sistema urinário passar sem medicação específica, por isso não tente auto medicar-se. Existem também métodos para esvaziar a bexiga de tanta urina residual quanto possível – sendo muitas vezes a origem de infecções. O seu médico ou outro membro da equipa de reabilitação podem ensinar-lhe como, dependendo do seu problema particular. 
 
Também podem ser executados alguns passos práticos. Se tiver problemas com micções frequentes e falta de controle, quando sair deve saber a localização das casas de banho em lugares públicos como cinemas, restaurantes e lojas. Lembre-se, se está sempre a ir à casa de banho, provavelmente tem de se informar com o seu médico acerca de qual a ajuda que precisa para adquirir bons hábitos a nível da bexiga. 
 
Parte do problema pode ser resolvido pela escolha do momento em que bebe líquido. Quando algumas pessoas se deparam com a freqüência da bexiga ou perda de controlo, não bebem quase nada. Esta solução não é recomendada e pode ter repercussões graves. Os rins precisam de cerca de dois litros de líquidos por dia para poderem eliminar de forma eficiente os resíduos. 
 
A resposta é planificar a ingestão de líquidos. Não beba grandes volumes de líquidos antes de sair de casa, ou, antes de ir para a cama. Por outro lado, a mesma quantidade de líquido pode ser bebida durante um maior período de tempo. Não existe substituto para o bom senso. 
 
Roupas apropriadas, fraldas e aparelhos para a incontinência estão disponíveis a um preço razoável e podem ser extremamente úteis para lidar com a falta de controlo. Estão disponíveis em farmácias ou empresas fornecedoras de material médico. Veja estas lojas e compare os preços, uma vez que podem variar muito de loja para loja. 
 
Todos os sintomas que tem não são necessariamente relacionados com a EM: os homens podem ter problemas na próstata e as mulheres infecções vaginais. É melhor deixar o seu médico averiguar qual a causa e recomendar o tratamento. Os problemas na EM são comuns e podem ser embaraçosos e socialmente perturbadores. No entanto, respondem bem ao tratamento e podem ser controlados de forma a voltar às atividades normais.